LOADING...

Jundiaqui

8 de agosto de 2018

Diógenes Duarte Paes, um grande artista da nossa terra

Por Vivaldo José Breternitz

O jundiaiense Diógenes Duarte Paes era considerado o maior aquarelista do Brasil nos anos 1950.

O artista, nascido em 29 de janeiro de 1896, desde cedo mostrou ter vocação para a pintura, herdada de seu avô  João Batista de Faria Paes. Permaneceu em Jundiaí até o início dos anos 20, quando se mudou para São Paulo, onde  estudou desenho e pintura com o inglês John Appleby e com Antonio Rocco.

Além de aquarelas com cenas de Jundiaí e outras cidades, Diógenes produziu óleos sobre tela (acima, a Matriz e a Ponte Torta). Sua primeira exposição importante, com 50 trabalhos em aquarela, aconteceu em São Paulo, na Galeria Itá, em 1946. Em 1948, expôs na livraria do Mappin, então a loja mais sofisticada de São Paulo.

Em 1951, apresentou no Museu de Arte de São Paulo a “Exposição de Desenhos Folclóricos”, que constava de 30 obras, entre elas “Folia do Divino”, “O pito de barro”, “Recomenda das almas”, “Domingo de Ramos”, “Antegozando os fogos” e “Depois da procissão”.

Suas obras mais interessantes mostram cenas de nossa cidade, entre elas uma sala de aula da escola da professora “Nhazinha Gata”, que funcionava na Rua Baronesa do Japi, e uma cena típica das cidades do interior em “Pharmacia da Boa Prosa” – na qual grandes nomes da sociedade jundiaiense da época conversavam, como o farmacêutico Zacharias de Góes, Carlos Salles Block, o dentista Conrado Augusto Offa, o prefeito Valdomiro Lobo da Costa e o padre Lúcio Xavier de Castro.

Profundamente inserido na vida de nossa cidade, Diógenes fez parte da Banda Aurifulgente, grupo carnavalesco de nossa cidade fundado em 1915. Na época, para pertencer à banda, havia um requisito: não se podia saber tocar qualquer instrumento… O jornal “Folha da Manhã”, de 1º de março de 1935, dizia que Diógenes Duarte Paes foi o primeiro regente da Aurifulgente!

O artista desenhou a bandeira de Jundiaí – venceu concurso estabelecido para sua criação. Também escreveu como colaborador para diversas publicações de nossa cidade e da capital. Muito culto, falava inglês, francês e espanhol.

Diógenes faleceu em 1964 e dá nome à pinacoteca de nossa cidade, instalada no prédio do antigo Grupo Escolar Coronel Siqueira de Moraes e a uma escola situada no Bairro do Retiro.

Aqui abaixo, você confere um pouco das aquarelas que estão em exposição na pinacoteca (rua Barão de Jundiaí, 109, Centro), com visitação de terça a sexta das 10h às 17h, e aos sábados e domingos das 9h às 16h. A entrada é franca. 

Veja mais histórias de Vivaldo José Breternitz no blog Jundiahy Antiga

E mais: confira as outras exposições em andamento na Pinacoteca:

Exclusivo: a arte da mulher negra e a mulher negra na arte

Alex Roch volta à Pinacoteca com suas mulheres e questionamentos

Prev Post

Fusca Clube, Paulista, coxinha de…

Next Post

Pequenas poesias

post-bars

Leave a Comment