Artista jundiaiense expõe na Capital e tem trabalho no Amigo Secreto do JundiAqui

Edu Cerioni

Medalha de Ouro em Aquarela, a jundiaiense Maria Lúcia Martinelli Panizza é destaque da exposição “Olhar 2017”, até sexta-feira (15), na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Quem vê o trabalho dessa professora de 76 anos, entende o que é a leveza na pintura, aquela que dá vontade de tocar e ao mesmo tempo medo de quebrar o encantamento. 

O JundiAqui foi conhecer o ateliê de Maria Lúcia, agora em sua casa no Centro. A mudança foi para facilitar sua vida de artista, afinal é esposa (de Pedro Panizza), mãe (de Gustavo e Ricardo), dona de casa e ainda faz academia três vezes por semana e estuda no Sesc  – em São Paulo, no Pompéia, com Evandro Carlos Jardim, e em Jundiaí com o gravurista José Milton Torquato. “Não pode parar, o corpo e a cabeça precisam estar sempre em atividade”, ensina.

Maria Lúcia conta que arte é uma questão de tentativas daquilo que você quer passar ao observador. “É o meio de expressão dos meus sentimentos”, resume ela, uma pessoa de sorriso solto e simplesmente feliz da vida…

Normalista, fazia desenhos na escola, mas a arte entrou definitivamente em sua vida aos 17 anos, quando pintou o primeiro quadro, na verdade uma cópia de gravura, sob orientação de Glória Rocha. Ela o guarda como um troféu.

Com quadros por todas as paredes da casa, Maria Lúcia exibe na sala ainda um piano, que seu filho toca, e a Bíblia Sagrada. Tem um entalhe em destaque do amigo Edson Lufaac, no mais são obras suas de diferentes fases.

Outra obra exibida com carinho é um quadro a óleo. São flores e era a paixão de sua mãe, dona Jorgina, já falecida. A mãe sofreu com a doença de Alzheimer por dois anos e os momentos de maior alegria ela tinha ao tocar nas flores pintadas por Maria Lúcia.

Ela cursou escola de desenho em Campinas e conheceu a técnica de aquarela com Luís Lundt na Casa da Cultura de Jundiaí. É sua grande paixão e, por isso, a que mais lhe rendeu prêmios, como na Hungria, onde foi segundo lugar em aquarela no Festival Internacional, em 2016.

Fez exposições individuais em Jundiaí, São Paulo e Campinas e levou seu trabalho aos Estados Unidos, Alemanha, México, Colômbia e Argentina, entre outros países. Manda trabalhos para a Albania também e participou ultimamente da 1ª Bienal de Quito, no Equador. Este ano, esteve em Urbino, na Itália.

Professora de primário por 30 anos, no Geva e no Ana Paes, ensinava Estudos Sociais e Desenho – despertando a arte na vida de muitos jundiaienses, que agora a veem ganhando a medalha de ouro na Assembleia Legislativa (foto abaixo).

Suas aquarelas nos envolvem em uma atmosfera delicada, quer seja na série “Desenho da Semente”, “Mistérios da Aparência” ou “Festa do Divino”. Uma obra da “Festa do Divino” doou ao Amigo Secreto do JundiAqui, colocada à venda no Casa Cica Bar e Cozinha com renda integral para a Associação Protetora de Menores (saiba mais).

Com sobreposição de cores, saturação, transparência, efeitos ou mesmo na monotipia, ela faz com que as pessoas fiquem envoltas no feitiço do tempo a admirar suas obras.

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Fotos: Edu Cerioni

Além de Maria Lúcia, a Assembleia Legislativa recebe obras de mais 65 artistas, entre eles Maria Isabel Archangelo também de Jundiaí.

É na avenida Pedro Álvares Cabral, 201, Ibirapuera, em São Paulo.

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