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Jundiaqui

 Vazio
1 de abril de 2020

Vazio

Por Cláudia Bergamasco

Cidade vazia
Sentimentos aprisionados
Desejos encarcerados
Peles ardentes
Secas por um calor
Que não chega
O amigo que vai e não volta

Vazio

O beijo que não vem
O beijo que jaz no caos da solidão
A alma anêmica
O abraço adiado

Para quando?

Talvez não haja tempo
O tempo
Talvez a espera não seja suficiente

Vazio

Coração cheio
Explode por dentro
Sem ter onde depositar sentimentos
Sentimentos díspares

Ficar
Ir
Ir e ficar
Estar aqui
Estar lá

Querer tudo e não poder nada
Quem vai arrumar essa casa?
Está tudo bagunçado
Tudo vazio de nada
Tudo cheio de desejos
Tudo aprisionado

Até o sorriso
Até aquele olhar para o céu azul cor de giz
Até a respiração

Até quando?

A mente trabalha
O corpo não responde
Os olhos piscam sonolentos
As cores empalidecem
Ansiedade
Hora de lidar com teorias abstrusas

Até quando?

Cidade vazia
A fome que não passa
Fome da alma
Fome de começar tudo de novo
De continuar a partir do melhor momento da sua vida
E apagar todo o resto
Escrever tudo de novo
Novo
Ainda há esperanças?

Até quando?

O coração aguenta?
A solidão vencerá?
Ou a solitude?
Certamente a solitude
Haverá de ser a solitude
Haverá de ser o amor
O entendimento
O caos do trânsito (ah, quanta saudade!)
O caos das casas cheias de vida (ah, quanta saudade!)

Vida
Que vida, meu Deus!
Realidade?
Nessa loucura de hoje, cada um inventa a sua.

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