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Jundiaqui

 EDITORIAL – Em 2019 tem Carnaval e o jundiaiense exige mais respeito
15 de fevereiro de 2018

EDITORIAL – Em 2019 tem Carnaval e o jundiaiense exige mais respeito

Fica claro que o governo de LFM não gosta da festa, mas precisará se mexer para melhorar a estrutura dos blocos e escolas

Edu Cerioni

Atualizado em 16.2.18

Que o governo de Luiz Fenando Machado não gosta de Carnaval ficou óbvio nos últimos dias. Alguém viu o prefeito em algum bloco ou escola de samba? Não! E a primeira-dama? Não! Parimoschi e outros do primeiro escalão? Nananinanão. Mas apesar dessa displicência que beirou a desprezo, eles terão que ouvir a voz das ruas e melhorar o Carnaval de Jundiaí para 2019. São milhares e milhares que esperam e vão cobrar por isso.

Depois da experiência desastrosa de 2017, com a desculpa de que tinham acabado de assumir “a Prefeitura das dívidas”, esperava-se mais agora do Carnaval 2018. Os governistas vão apontar a queda na violência e o cerco ao pancadão. Concordo. Mas quem curte Carnaval quer mais, muito mais e não merece toque de recolher ainda com o dia claro, entre tantos outros problemas enfrentados.

Eis alguns pontos para reflexão e, mais importante, ação. E ela tem que começar desde já e não ser relegada a dezembro e daí dizer que não deu tempo…

Os erros:

1) Alguém precisa avisar os GMs e PMs que nem todo folião é bandido, pelo contrário, esses são a exceção. E outra coisa: contrastou a alegria jundiaiense com a má vontade dos amarelinhos (agora trocaram de uniforme), que se não podiam atrapalhar a vida da gente ajudar também nem pensar.

2) Que feio foi não deixar que as crianças do Bloco do Santa desfilassem na rua Prudente de Moraes. Coisa de uma horinha, no meio da tarde de pouco movimento dos carros e em um percurso de alguns metros. Dá para imaginar que querem matar o futuro do nosso Carnaval assim.

3) Imperdoável foi deixar o Chupa que é de Uva fora das ruas. Fácil falar que foi escolha do Val Junior ir para dentro do Clube Jundiaiense. Difícil é encarar tanta pressão que fizeram para que a festa não acontecesse. Ali não pode, lá também não, nem acolá. E se alguém se machucar… Com expectativa de 100 mil pessoas, queriam que o bloco fosse para o final da avenida União dos Ferroviários, onde tudo travou com cerca de 20 mil pessoas no Bloco Leões da Hortolândia. Sim, um quinto das pessoas já não coube, imagine se Val tivesse feito a loucura… Ele aprovou o Clube Jundiaiense e deve fazer mais festas ali, mas já avisou também que o Chupa vai pras ruas, sim senhor!

4) Toque de recolher no Centro me lembrou a ditadura. Fizeram isso ao final de todos os blocos, mas de uma forma até delicada, diferente do final do Continuamos na Nossa. Foi chocante na segunda-feira: por volta de 18h30, um sujeito da Cultura pegou o microfone e avisou em alto e bom som: “Peguem seus carros e vão para casa que o pessoal da limpeza vem aí! O Centro tem que ser desocupado agora!” Mas que carro cara-pálida? Era a juventude que estava ali, aquela que anda de busão e vem pagando mais caro este ano por isso. E que história é essa de desocupar o espaço público? Mas ele conseguiu, assim como já tinha sido na sexta, no sábado, no domingo e depois se viu na terça, o povo teve mesmo que se recolher, por que onde teria para ir à noite nessa cidade que não gosta de Carnaval? Pagar entrada em clube? Quem foi para a frente do Haules, na Vila Arens, encarou a fúria policial, de escudo em punho e tudo.

“Eu estou indignado com essa barbaridade”, disse Wandão, autor do samba-enredo e cantor do Continuamos na Nossa, sobre o toque de recolher. “Tenho vergonha”, emendou Mirão, ícone do nosso Carnaval.

5) Tirar o bloco do bairro é muito ruim, descaracteriza. Arrumem segurança e ofereçam condições de que saíam em seus locais de origem, onde as pessoas se conhecem e gostam da brincadeira. Foi lindo ver o Carne com Queijo pelas ruas da Vila Progresso. Sem estresse com vizinhança, só alegria. O bloco é menor? Sim, mas se crescer vai exigir mais atenção. É assim a conta. Agora, não dá para dizer isso do Ponte Torta com sua casa, o Vianelo, e o Continuamos e a Ponte São João. Se o problema é a dispersão como ouviram seus diretores, que se dê opção para onde a juventude possa seguir festejando depois e quase todos os problemas estarão resolvidos.

Aqui um parênteses: alguém viu o gestor de Cultura, Marcelo Peroni, nesses dias? Eu não, nenhuma vez e olha que fiz mais de 7 mil fotos por aí, nas 26 festas que o JundiAqui registrou só este mês!

6) Ver Wandão, Vardilão, Renato Viana, Tom Nando, Décio, Clarina, Telma Costa, Odiles, Reges e outros cantarem sentados no trio-elétrico é de cortar o coração. Artista merece respeito, minha gente. Foi a fiação que os obrigou a correr riscos e passar sufoco nas alturas pra seguir animando milhares de foliões. O pior ponto é o cruzamento da rua do Rosário com Siqueira de Moraes, mas infelizmente não o único. Já que resolveram que todo mundo tinha que ir desfilar no Centro, que tivessem dado um jeito nisso. Clarina até brincou que se não fosse eletrocutada, o som ia rolar gostoso. Por sorte, não tivemos  nenhum incidente neste sentido.

Outro parênteses: notem que o Centro não quer mais abraçar a todos os blocos, os comerciantes já avisaram que vão dizer não para a maioria em 2019. Neste sábado (17) já avisaram que o Órfãos do Fígado não tem lugar lá. E agora!?

7) A direção do Refogado do Sandi fala em 50 mil pessoas no bloco na sexta. Sabem quantos banheiros químicos? Nem 50 – e parte mal posicionada, lá na saída ao lado do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, onde o uso foi muito pouco. Ficaram nojentos os instalados ao lado da Matriz e na praça do Coreto e daí teve quem acabou urinando na rua mesmo – um ato que merece repúdio também. Palmas aos que ficaram até 40, 50 minutos na fila para fazer xixi e uma dica: ligue no 156 e proteste por isso.

8) Lixeiras? Nada além do normal. Só não piorou por conta dos catadores de latinhas. Daí rolam vídeos da sujeira no centro, mas reparem que ainda tem luz natural, que foi naquele infeliz toque de recolher que revoltou muitos.

9) No toque de recolher dos blocos, a fiscalização do Comércio entrava em cena, fechando, por exemplo, um mercadinho na Rosário que tem preços mais baixos para a cerveja. Ok. Porém tocar os pipoqueiros com ameaças é simplesmente ridículo.

10) Ainda não deu para entender porque foi reduzido o percurso do Refogado do Sandi (o mesmo usado pelos demais), que fez o retorno pela Siqueira e não pela rua da Imprensa, como há décadas se via. Por conta do Fórum? Mas este ficou fechado o tempo todo.

11) Por que demoraram tanto pra definir o calendário este ano? Saiu o “oficial” coisa de dez dias antes da folia apenas – por isso nem serviu de guia para a maioria, que já tinha buscado outras fontes de informação.

12) O desfile das escolas de samba foi medonho, sofrível. Começou muito atrasado, as escolas tiveram que se juntar para dar quórum no grupo de acesso e pra ver o grupo especial foi aquele sufoco. Buracos de mais de uma hora e meia entre uma e outra. Nada de arquibancada, iluminação de dar dó, carro de som que acompanhava uma agremiação e voltava de ré pela avenida, um perigo, para se posicionar à espera da seguinte… E isso sem contar gás de pimenta na galera. Que pena fazer isso com Zé Prego e outros que tanto amam nosso Carnaval. E mais: primeiro agendaram duas noites pra depois cortar uma delas fora.

Lógico que vou receber porrada do povo que acredita que investimento deve ser feito no Hospital São Vicente. Concordo que a saúde de Jundiaí precisa melhorar e muito, mas tem dinheiro reservado para a Cultura, e isso por lei, e não foi no Carnaval que usaram.

Ah!, para que ninguém alegue desconhecimento, o Carnaval tem a Terça-Gorda em 5 de março de 2019 – isso mesmo, bem mais tarde em comparação com este ano, ou seja, um prazo maior pra Jundiaí não levar o tricampeonato em desafino no samba. Fila nos banheiros químicos: teve quem ficou mais de 40 minutos

Fazer xixi na rua: poucos fizeram esse papelão

O catador de latinhas ganhou uns trocados e ajudou a cidade que não instalou cestos extras para o lixo

 Músicos se agacham em meio ao desfile para que não enrosquem nos fios da rede elétrica: tensão nas alturas

Fiscalização do Comércio ajudou no toque de recolher

Se tem uma coisa que funcionou foi o bloco da limpeza ao final de cada festa

Para a Velha-Guarda do Carnaval, o folião ganhou um 10. Só ele mesmo!

Em tempo: ao contrário do veiculado pelo JundiAqui, LFM cumpriu o protocolo e entregou a chave de Jundiaí ao rei Momo, em ato no Paço Municipal na tarde de 9 de fevereiro – a do Refogado nas ruas.

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