Lançamento de livro consagra 25 anos do Refogado do Sandi
“É delicioso fazer parte dessa linda história, agora registrada para a eternidade”, diz a primeira rainha do bloco
José Arnaldo de Oliveira
O evento de “Infinita É Tua Beleza”, livro de 216 páginas e mais de 800 fotos que registra os 25 anos do bloco Refogado do Sandi como parte da história da cultura jundiaiense e brasileira entre 1994 e 2019, levou muitos personagens dessa trajetória ao Gabinete de Leitura Ruy Barbosa na noite de sexta-feira (1º). Uma festa que seguiu no sábado (2) no Casa Cica Bar e Cozinha e também no domingo (3), no Maxi Shopping Jundiaí, em concorridas sessões de autógrafos do autor, o jornalista e editor do Jundiaqui, Edu Cerioni.
O local do primeiro lançamento levou a obra para o ponto de partida do bloco em seus desfiles pelo Centro Histórico desde 1996. “É impressionante notar como fazemos parte dessa história e também como o tempo passa depressa”, comentou a Madrinha da Bandinha, Fátima Borges. “E como é delicioso fazer parte dessa linda história, agora registrada para a eternidade”, emendou sua irmã, Ana Regina Borges Silva, a primeira rainha do bloco.
Uma sensação oposta à vivida pelas jovens Lígia Ballas ou Maria Fernanda Cerioni, que fotografavam sem parar as pessoas nos eventos e se mostravam fascinadas pela longa história acumulada pelo Refogado, com pdersonagens animados, barulhentos e cheios de alegria.
O professor e artista plástico Alex Roch observavou o contraste como parte do que é o bloco – uma manifestação cultural de verdade, que passa de geração a geração. “Por isso virou patrimônio imaterial”, citou.
O livro lida com essa abrangência com uma linguagem direta, apoiada nas centenas de fotos e citando fatos de cada época dessa história para localizar os mais novos e relembrar aos veteranos.
Era o caso da dupla Sandra e Diva, as criadoras do pequeno Bar Sandi onde em 1994 surgiu a proposta de resgatar a cultura dos blocos carnavalescos em Jundiaí.
Estão lá todas as rainhas e todos os sambas – alguns dos quais contam com o próprio Edu entre os autores. Mas estão sobretudo as pessoas que desfilam causos que formam a tapeçaria desse bloco que alcançou 25 anos de existência em um ambiente de paz.
“É o primeiro e um dos maiores lançamentos do ano”, comenta Márcio Martelli, editor da In House, que começou no ramo na virada dos anos 1980 e 1990 com um trabalho na Universidade de São Paulo sobre as pesquisas de Mário de Andrade. O livro tem uma versão em preto e branco por R$ 45 e uma versão colorida sob encomenda, por R$ 150,00. Ambas impressionam.
No Gabinete circulavam pessoas como Pedro Fávaro Júnior, que teve seu pai que foi prefeito por duas vezes homenageado no bloco por iniciativa de sua filha e sobrinha, ou Pedro Bigardi, que também era prefeito quando o Refogado do Sandi foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Jundiaí como ocorre com o Clube 28 ou a Romaria a Pirapora e, mais recentemente, no atual governo Luiz Fernando Machado, com o modo de produção do vinho artesanal e a coxinha de queijo, além de Fusca Clube e do Paulista Futebol Clube.
Capa do livro antes de ser eleita rainha, Liliane Rossi circulava com muita energia pelo evento, reencontrando amigos de várias épocas.
A “deretora” Gisela Vieira aproveitava para lembrar que o núcleo do Refogado é como uma família – e essa vida segue antes e depois do Carnaval. Nesta reta final, tem ainda eventos nos dias 8, 15 e 22 de fevereiro com convidados, no Las Muchachas, no dia 27 de fevereiro, no Natura, e depois do desfile do dia 1º de março o baile da apoteose no Grêmio – em todos esses eventos, a In House vai estar vendendo o livro.
O registro do lançamento do livro foi feito por praticamente todos os meios de comunicação da cidade, que ganharam destaque em um painel de agradecimento feito pelo autor e exposto no Gabinete.
A marca dos 25 anos do Refogado do Sandi celebrada pelo livro – que quem teve contato confirma ser uma leitura saborosa que não dá para desgrudar – estimulou conversas também sobre novas ações conjuntas no Gabinete de Leitura, que tem mais de 100 anos (parece ser de 1898, por coincidência mesmo ano de abertura da chamada Estaçãozinha e da lendária A Paulicéa).
Não é apenas um livro. É um reencontro. Ou, como definiu a produtora Fátima Augusto, parece um filme. “É coisa de cinema”.