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Jundiaqui

 Refogado do Sandi recarrega esperança com alegria
27 de janeiro de 2018

Refogado do Sandi recarrega esperança com alegria

Bloco fez seu esquenta para o carnaval na última sexta (26), na Associação dos Aposentados

Quase em seu Jubileu de Prata, o bloco carnavalesco Refogado do Sandi fez aquecimento na sexta-feira (26) para voltar ao Centro Histórico na tarde do dia 9 de fevereiro, também sexta-feira, defendendo uma tradição jundiaiense de “brincar” que une gerações de avós, pais e netos. Mas é algo que pulsa o ano inteiro, como mostrou esse aquecimento chamado Uma Noite no Sandi, que foi praticamente um baile na sexta-feira (26) no salão da Associação dos Aposentados.

“Pulô, pulô, venha junto, meu amor, o Refogado, tá cheio de fulô”, como diz o refrão do samba deste ano composto por Tom Nando e Edu Cerioni.

O nome do evento homenageou o local onde o bloco foi fundado em 1994 por inspiração do ativista Erazê Martinho que era o restaurante Sandí (da dupla Sandra e Diva) na rua Bom Jesus de Pirapora, na região da Pitangueiras. Um primeiro desfile reuniu em torno de quarenta pessoas, que se transformaram em milhares ao longo das décadas seguintes. Não por acaso, acabou reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Jundiaí.

A festa teve o ritmo garantido pelo grupo Expressão Popular e também pela bateria Ritmo na Veia, da Escola de Samba União da Vila Rio Branco (que completa neste ano seu trigésimo aniversário). “O bloco e a escola sempre tiveram esse relacionamento próximo”, explica o sambista Wagão.

Para a “deretora” Gisela Vieira, um dos princípios que regem a longevidade do Refogado do Sandi é a filosofia apartidária e também sem o patrocínio privado. E, claro, o apego a tradições do próprio bloco como o símbolo original confeccionado pela irmã do Erazê, Iara, e levado pela porta-estandarte Rita Rodrigues – que já viu filhas e netinha participando.

Já a pequena tartaruga que tantas vezes abriu caminho para a caminhada da bandinha (que hoje desfila em cima de um caminhão de som) foi reciclada da escola carioca do Estácio pelo músico Valdir Fregni, o Valdilão, criador da Amigos do Samba que antes também foi a Bandinha Sanjoanense. Integrante da lendária escola de samba da Pitangueiras nos tempos em que uma ala de rapazes fazia o bloco das misses (Miss Quece, Miss Tura, etc), também presidiu a Associação Esportiva Jundiaiense ainda quando a extinta sede central, quase ao lado do local da festa, recebia a nata da música brasileira nos anos 80. E aponta para mais de um século a história carnavalesca da cidade a partir do Cordão do Anhangabaú e do Cordão do 28. Ou mais.

Refogado: quase um trem – Neste ano, o tradicional bloco vai manter o costumeiro ponto de concentração da tarde em torno do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, na praça de mesmo nome que já foi o Largo do Pelourinho e o Largo do Quartel, para percorrer as ruas Barão e Rosário. A novidade é que vai ser seguido no começo da noite pela Apoteose, desta vez no Grêmio da Companhia Paulista na rua Rangel Pestana.

Por coincidência, tanto o Gabinete como o Grêmio são dois patrimônios centenários da cidade bastante ligados com a ferrovia em sua origem.

Da uva para o samba – O calendário deste ano criou uma cena curiosa para a cidade, que é a passagem da “chave simbólica” da cidade da Corte da Uva para a Corte do Carnaval. Vai ser com clima festivo no dia 4 de fevereiro, um domingo, às 18h30 na 35ª Festa da Uva. Mas pouco antes, tem um novo evento do Refogado do Sandi na sexta-feira (2) também na Associação dos Aposentados para a Festa da Corte do Bloco. Sempre com o destaque para as marchinhas.

Fraternidade – As festas do Refogado envolvem muita gente, desde adesões mais novas até veteranos na maioria. Entre os que estavam nesse evento a rainha Márcia Seixas, o guardião Vanderlei Victorino, o B.A., o rei Thiago, o príncipe Alysson, o sambista Toninho do grupo Sambaú, a percussionista Ignezinha do Pandeiro, a Fátima Augusto, a dupla Silvério e Cristina Falasco, o Antonio Mendes Pereira e Rodrigo, o Eder Massucato, a Zilda Medeia, a Adalgiza, o Pedro, a Liliane Rossi, o Dori e a Solange, a Sueli Cestarolli, o Dagoberto e a Heleni Geraldo, a Sueli Surtada, a Marisa Eichemberger, o Dotlev Weissmann, a Ana Preta, a Míriam, o Reginaldo Coutinho e a Andreza, o Zé Prego, o casal de porta-bandeira Marcos e Carolina, o André e a Mônica, o Gerson, a Raquel, a Bel, o Márcio Souza, a Sumara, a Cristiane, a Sandra em pessoa, a Fé, o Odilon, a Clara… a lista não teria fim – melhor ver as fotos.

Em comum, um certo senso de comunidade criado pelo bloco ao longo desses quase 25 anos. Até o Antonio Carlos Bezerra, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) esteve por lá. “Claro, inclusive porque já foi reconhecido como parte disso”, diz.

Existe muito trabalho por trás da alegria. Mas para muita gente o apoio também acontece pelo sonho da preservação de uma festa democrática e de convívio civilizado entre as mais diversas pessoas, continuando uma história que para cada um tem suas variações, mas que tem como eixo principal a própria cidade.

Como é o caso do Centro, por tantos anos bandeira escolhida do bloco e agora local (escolhido ou direcionado) de diversos outros blocos.

“Pulô, pulô, venha junto, meu amor, o Refogado, tá cheio de fulô”

Por José Arnaldo de Oliveira

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