A prefeitura não abraça a causa, não diz ‘estamos juntos e vamos fazer o maior Carnaval do Interior’

Val Junior

ATENÇÃO, NAÇÃO CHUPA QUE É DE UVA! QUERO ESCLARECER QUE O BLOCO QUE LEVOU UMA MULTIDÃO DE CERCA DE 80 MIL PESSOAS ESTE ANO NO CARNAVAL, NÃO SAIRÁ EM 2018 NAS RUAS POR ESTES MOTIVOS:

1º) A Prefeitura de Jundiaí nós negou a Avenida Prefeito Luiz Latorre para 2018, como fez anteriormente com a Rua do Retiro e Avenida 9 de Julho, alegando desta vez que 3 ou 4 moradores do ‘prédio amarelo’ da Latorre não querem Carnaval naquela via, como se a avenida fosse deles. São moradores intolerantes, os quais a prefeitura respeita e opta por não atender as mais de 100 mil pessoas previstas para 2018, cidadãos que também pagam impostos. A avenida não é daquele prédio, é da cidade! É nossa também.

Penso que quem mora na cidade tem de saber que estes eventos acontecem. Não quer na porta da sua casa? Vá morar em condomínio fechado ou na zona rural. Afinal, o nosso bloco sai uma vez ao ano. Só para comparar: a avenida Paulista, em São Paulo, com hospitais e edifícios residenciais, é fechada todos os domingos das 6 ás 18 horas para todos. Aqui avenida é só para os carros e para quem mora nela, um absurdo!

2º) A única opção que nós deram foi o final da Avenida dos Ferroviários, pra lá da Estação, na Vila São Paulo. A impressão que se tem é que a prefeitura quer esconder o Carnaval e ainda não respeita a cultura dos blocos, que é sair no bairro ou no entorno onde nasceu. Cada bloco tem sua origem e sua história. A cultura dos blocos é feita para invadir com alegria o espaço público, resgatando a maior festa popular brasileira.

3º) E agora o mais importante motivo que me fez mudar este ano e sair no Clube Jundiaiense: não há nenhuma segurança para os 100 mil participantes previsto nem efetivo de policiamento, nem conforto ou banheiros químicos. Jundiaí nunca teve um evento tão grandioso, a cidade não sabe lidar com isso e não se preparou para o crescimento dos 20 blocos. E ainda deixam bem claro: “Quer sair, saia por conta e risco seu”. Isso significa que serei responsável por qualquer incidente que venha ocorrer, desde de uma vitrine ou carro danificado e até acidente com algum cidadão, podendo ser processado e preso.

Abandonam nosso trio-elétrico, sem “batedores”, e sem ambulância do Samu no meio da multidão, o que torna praticamente impossível a nossa locomoção. Ai você pergunta: mas como os outros 19 blocos vão sair? Vão sair porque são bem menores que o Chupa, mesmo assim não recebem os cuidados necessários.

A prefeitura não abraça a causa, não diz “estamos juntos e vamos fazer o maior Carnaval do Interior”. O Chupa hoje é bem maior que os outros blocos da cidade, hoje é um dos maiores do Brasil, precisaria de uma estrutura oferecida pelo poder público, sempre pensando no cidadão, diferenciada e com muita responsabilidade.

Quero deixar claro que não foi uma opção, uma escolha ir para o Clube Jundiaense, foi a única solução para a marca que eu e alguns amigos criamos com carinho nestes 7 anos não morresse.

Fizemos lindos Carnavais populares, sem cobrar nada. Muitas vezes precisamos colocar dinheiro do próprio bolso, já que quando fazemos 3 ou 4 festas ao ano para arrecadar fundos para o bloco quase “morremos” para conseguir vender 150 a 200 convites, o que é pouco.

Criei o bloco para curtir com amigos e pessoas do meu bairro, criei o bloco para resgatar os velhos carnavais, para brincar, descontrair e não para brigar com a polícia e a prefeitura. Criei o Chupa para ser feliz, não para sofrer e colocar vidas em risco.

Uma pena que o poder público não investiu nem se preparou para o crescimento do Carnaval dos blocos, uma festa que fomenta a economia da cidade e poderia se torna uma referência no Brasil, como o melhor Carnaval do Interior.

A escolha do Jundiaense, foi porque é um clube grande, com expertise em festas. Precisamos ser responsáveis, dar segurança e conforto para o folião. E, com certeza, lá faremos um Carnaval maravilhoso para toda a família, com alegria e tranquilidade.

Esperamos levar para o Clube Jundiaiense 5 mil pessoas, para uma festa que terá a marca Chupa que é de Uva. Se os blocos esvaziaram os salões dos clubes nos últimos anos, nós seremos os pioneiros e faremos o caminho inverso. Vamos fazer o maior Carnaval de salão do mundo.

Haverá concentração no campão e desfilaremos por 700 metros até o salão, ao som da bateria animada do Azul e Branco e mais duas baterias de escolas de samba. Quando chegarmos atrás do salão, a banda Trio em Transe estará pronta para começar a executar seu som em cima de um trio-elétrico, com as músicas e marchinhas mais animadas do nosso Carnaval e com participação de músicos queridos na cidade, como a dupla Zezé e Donizete, do Sombra e Água Fresca, entre outros.

Não haverá venda de abadás, pedimos que os foliões usem fantasias ou adereços, sendo que crianças até 12 anos não pagam. Para sócios será R$ 10 e não sócio, R$ 30. As vendas ocorreram apenas no Clube Jundiaense e só poderá entrar pessoas com o comprovante de vacina da febre amarela.

Este ano o Chupa fará dois carnavais, uma novidade: no dia 3 de fevereiro, às 16 horas e também na segunda-feira de Carnaval, dia 12, no mesmo local e horário. A festa irá até as 23 horas.

Conto com a compreensão de todos. Aproveito para desejar um lindo 2018 e que venha o Carnaval com muita energia e segurança.