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Jundiaqui

 Elba põe todo mundo pra dançar frevo e se joga nos braços de Deus
27 de março de 2018

Elba põe todo mundo pra dançar frevo e se joga nos braços de Deus

Show no Sesc parou o trânsito; público cantou junto sucessos do Carnaval e até a “Oração de São Francisco”

Edu Cerioni

Aos 66 anos, Elba Ramalho pode não ter mais a mesma voz, mas o pique é invejável. E como segue bonita…

Em sua passagem pelo Sesc Jundiaí, ela colocou o público pra cantar e dançar junto por exatas duas horas. Não chegou a rezar no palco, mas mostrou toda a sua religiosidade.PARA TUDO!

A sexta-feira (23) de Elba mexeu com Jundiaí. Foram mais de 2,5 mil ingressos vendidos, lotação máxima no ginásio do Sesc, com chegada complicada a partir das 19h30. Lembrou a inauguração do lugar. A partir das 20 horas, já havia congestionamento em frente da C&C lá atrás, na Ponte São João, embora sem nenhum amarelinho para organizar as coisas.

A avenida Antonio Frederico Ozanan, que também dá acesso ao Maxi Shopping, virou um inferno para muitos motoristas. Os que iam para o show viram os estacionamentos do Sesc lotados e o jeito foi parar longe dali, na Vila Rio Branco, no Jardim Botânico ou na Ponte de Campinas.

Aqui um parênteses: falei com o rapaz que cuidava do estacionamento sobre estar tudo parado e ele saiu com essa: “Peço desculpa pelo transtorno”. Pronto, desarmou qualquer possível reclamação. Ele contou que nas vindas de Titãs, Almir Satter e outros houve o mesmo problema. Então, fica o alerta às autoridades de trânsito sobre shows futuros.

SONZEIRA

Muita gente entrou no ginásio já com o som rolando. Pontualmente às 20h30, Elba mandava um frevo pra galera, formada principalmente por um pessoal de 40, 50 anos – eram poucas crianças e jovens, um deles nem se desligou dos joguinhos no celular. Já fãs que ficaram na ‘boca’ do palco chegaram por volta das 16 horas, segundo funcionários do Sesc.

Elba tocou muitos de seus sucessos, como “De volta pro Aconchego”, “Bate Coração”, “Chão de Giz”… São 38 anos de careira e muita coisa boa lançada e eternizada no coração brasileiro.

Ela conversou em várias oportunidades com o público. Falou da força da mulher, lembrou das três filhas, Maria Clara, Maria Esperança e Maria Paula  – também é mãe de Luã -, contou histórias de superação e também reclamou de problemas na garganta, e isso mais de uma vez. Chegou a pedir desculpas por falhas que só os ouvidos mais apurados repararam. Arrancou risos ao garantir: “Minha faringe fecha e eu fico parecendo aqueles véios buguentos”.

Rolou aquele Carnaval gostoso, com centenas dançando e outro tanto gravando tudo pelo celular. Ela passeou por outros gêneros e ritmos, entre eles baião, maracatu, xote… A sanfona de Rafael Meninão era a toda hora uma companheira especial da cantora. Tinha ainda zabumba, muita percussão, violão e guitarra, entre outros. Até sertanejo rolou e foi um arraso com todo mundo cantando junto “diz que é verdade, que tem saudade…”

Val Junior, apresentador de TV, disse que nos anos 80 assistiu um show de Elba no Cochabamba com nem 50 pessoas na plateia e que foi a mesma energia. “Ela é sensacional”, resumiu.

OH, MEU DEUS!No final, Elba começou suas revelações sobre ser católica, dizendo que vai na missa diariamente e que se não tomar a comunhão seu dia fica incompleto. “Buscava na bebida, nas pequenas drogas, no sexo algo que não existe. A serenidade encontrei em Deus”. Emendou a “Oração de São Francisco” que ganhou um coro fantástico.

Estava tudo na medida certa, ela voltou com “Frevo Mulher” e dava pista de que tudo terminaria naquela bagunça. Mas não, entoou “Maria e o Anjo” à capela, lembrou do disco dedicado à Nossa Senhora e fez propaganda do CD que lança em abril, “Eu sou o Caminho”, nada mais nada menos que o 37º da carreira premiada. Apesar dessa pegada religiosa radical, ficou aquele gostinho de quero mais. Elba: “Ai Que Saudade D’Ocê”.

Fotos: Edu Cerioni

 

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