Artista jundiaiense apresenta “Melancolia 4: Cores Férteis”

Letícia Rosa

“A melancolia é um poço fundo, mas a primavera floresce apontando para cima: a saída.” 

É deste modo que o jundiaiense Igor Pupo encara seu mais recente trabalho intitulado “Melancolia 4: Cores Férteis”. Fechando a sequência de EPs que o artista vem lançando a cada estação do ano, trata-se da quarta e última peça de um quebra-cabeça narrativo, e se veste de primavera já na capa saturada de natureza – as flores, o arco-íris, a abelha.

O caminho que segue pelas três faixas é de catarse e solução, o final de uma história lírica e sonora contada desde o EP 1.

Decidido a enfrentar as dores, “Cores Férteis” abre na corajosa Primavera e Prontidão – “acho que vou sair de casa” – que na quebra do silêncio já entrega a guitarra, marcante nas três músicas. O corpo sonoro mistura vocais e guitarras a synths e beats eletrônicos, fluindo em direções rítmicas não muito previsíveis, vezes mais pop, vezes mais rock, vezes música brasileira.

São claras algumas influências da nova MPB, como Carne Doce, Mahmundi e Cícero, no entanto, para além de seguir uma onda, Igor Pupo experimenta na música, construindo sua identidade essencialmente conceitual – confira.