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 Marcel reverencia Braz, “a quem Jundiaí deve seu melhor basquete”
28 de agosto de 2017

Marcel reverencia Braz, “a quem Jundiaí deve seu melhor basquete”

Para o recordista em jogos pela seleção, o ex-técnico tem grande influencia na conquista do Pan de 1987

Edu Cerioni

João Francisco Braz (que nasceu em 25 de novembro de 1920 e morreu em 11 de setembro de 1996) foi lembrado por Marcel de Souza como uma figura fundamental para a conquista do Pan-Americano de Indianápolis, em 1987, o último grande feito do basquete masculino do Brasil. Braz não jogou nem treinou o time, mas tinha três de seus pupilos no grupo que surpreendeu o mundo – também Mauri de Souza e André Ernesto Stoffel.

Na comemoração pelos 30 anos da vitória que mudou o basquete, quando o Brasil bateu os Estados Unidos dentro de sua casa, Marcel, capitão daquela seleção, assegurou: “Tudo de fundamento do basquete aprendemos com ele”.

Braz treinava Marcel e também o levava para ver jogos, lembra o segundo maior cestinha da história da seleção: “Basquete é como balé, tem que saber todas as posições se você quiser ir bem. E o Braz nos ensinou a passar, a driblar e a arremessar e, mais importante de tudo, quando fazer tudo isso. A hora certa é o mais complicado de ensinar”. Ele prossegue: “Ele nos levava ao jogo e passava a cultura do basquete através da história”.

Marcel chama Braz de ícone e lembra: “No meu primeiro treino da seleção, em um ginásio vazia, lá estava o Braz e meu irmão Mauri pra dar uma força”.

Para o jogador que esteve em 4 Olimpíadas, 5 Pan e 5 Mundiais, Braz tinha uma experiência e sabia ensinar como nenhum outro.

“Ele foi medalhista Olímpico em 1948 e assistente técnico do Mundial de 59. Até hoje deixou marcas no basquete brasileiro e especialmente o de Jundiaí”. Para Marcel isso fica evidente em em diferentes quadras: “Você vai num racha de veteranos de Jundiaí e todo mundo joga direitinho. Foi o Braz que ensinou. Ele era preocupado com o jogo”.

Marcel vai além: “Temos uma escola de técnicos por causa do João Francisco Braz. Tem aí o Norberto Borracha, o Nestor Mostério que diretamente foram formados por ele”.

QUEM FOI

Braz está na história do esporte nacional por te integrado a primeira equipe a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos – antes, só tinham vindo em vitórias individuais. Isso foi em Londres, o bronze de 1948. Também disputou os Jogos de Helsinque-1952, na Finlândia.

Ele jogava como ala. Jogou dez anos pela seleção brasileira de basquete e 12 pela paulista, tendo atuado em clubes como Pinheiros, Corinthians e Ipiranga. Foi quaro vezes campeão estadual e três anos ganhou o troféu de rei do lance-livre.

Entre os times que dirigiu, figura a Esportiva Gledisson de Jundiaí. Foram três anos dessa equipe que surgiu como sensação do Estado de São Paulo em 1976, o primeiro projeto esportivo do interior com patrocínio.

DOCUMENTADO

Em 31 de janeiro de 1959, o Brasil venceu o Mundial no Chile, tendo como técnico Togo Renan Soares, o Kanela, e Braz como assistente. Foi uma lavada: 73 a 49 em cima dos anfitriões.

Braz fez relatos de toda a campanha e escreveu isso sobre a final: “…às 21h foi a saída do Hotel Carrera e às 22h25 é dado o início do jogo. Analisando esta partida nota-se o controle perfeito da equipe do Brasil quer nos arremessos, passes, contra ataque, na defesa, enfim sem aquele descontrole que acontece em disputas finais de torneios decisivos. Até o próprio público chileno aplaudia nossos valorosos atletas logo nos dez minutos da partida, conformando-se com o poderio técnico e efetivo da seleção do Brasil. Depois das maiores manifestações de alegria de todos os brasileiros presentes no Estádio Nacional do Chile, a nossa gloriosa seleção na frente com o nosso pavilhão verde e amarelo dava a volta naquela quadra de basketball, que jamais esqueceremos. Terminada a volta olímpica, os brasileiros ficam em fila, no meio da quadra, são homenageados e contemplados com o troféu do índio Caupolicano. Algodão recebe em nome da CBB. Os brasileiros, em sinal de reconhecimento ao povo do Chile, dão um ‘Hurrah…Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le’, e para o hotel Carrera a seguir num ônibus especial nos dirigimos. Os senhores Moriah Silva, Togo Soares e João Francisco Braz autorizam os atletas a comemorarem a vitória. Estão alegres, saem pelas ruas de Santiago cantando, dirigem-se à Cantina do Pojo Dourado, jantam, ouvem música, dançam e às 4h da madrugada todos voltam para a cama. Já no dia 1º de fevereiro, Pecente é papai de uma menina em Piracicaba. Recebe a notícia por intermédio de uma emissora de São Paulo. Mais uma alegria dentro da Delegação do Brasil…”

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