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Jundiaqui

5 de janeiro de 2018

Rally Dakar chega a sua 40ª edição. Duas vezes teve jundiaiense na briga

Navegador Alberto Fadigatti disputou com um Troller em 2000, quando se acidentou, e 2001

Edu Cerioni

Tudo bem que já não tem a mesma badalação de quando partia de Paris e chegava em Dakar. Hoje, ficou o nome Rally Dakar, embora seja realizado apenas entre Peru, Bolívia e Argentina, isso mesmo, aqui na América do Sul. Mas de qualquer forma, tem longa história, com largada de sua 40ª edição neste sábado (6), e prestígio ao reunir 525 corredores e 337 veículos de 54 países diferentes, entre eles sete brasileiros. Para nós de Jundiaí vem à lembrança um tempo em que o navegador Alberto Fadigatti disputava a prova e fazia bonito…

Aos 73 anos, Fadigatti ainda está longe de se aposentar, embora o Dakar já não seja mais para ele. Esteve nesse rally duas vezes, uma para esquecer e outra inesquecível.

Em 2000, na Paris-Dakar-Cairo, com um Troller pilotado por Reginaldo Varela, sofreu o maior acidente da carreira. Ficou estendido na areia do deserto e chegou a ouvir do médico que era grande a chance de ficar paraplégico. Por sorte ou por Deus, deu a volta por cima e conquistou com o mesmo parceiro, que por sinal corre agora em 2018, o segundo lugar na categoria T3.2 (protótipos diesel) e na 22ª colocação no geral no Paris-Dakar de 2001.

“Se você fizer uma radiografia de meu corpo todo, não tem nada inteiro”, me contou, rindo, durante uma gravação do programa de TV “Lance Livre”, em que fomos convidados por Rivelino Teixeira em 2016.

Fadigatti entrou nas corridas no final dos anos 60 e ostenta títulos de campeão do Rally dos Sertões, o mais importante do Brasil, e também um Mundial, sempre com Varela. O piloto paulistano, por sinal, corre a partir deste sábado o Dakar ao lado de Gustavo Gugelmin. Os outros brasileiros são José Sawaya/Marcelo Haseyama e Jorge Wagenfuhr/Idali Bosse. E tem ainda Marcelo Medeiros de quadriciclo.

No total, os competidores irão percorrer mais de nove mil quilômetros.

O ACIDENTE

O capotamento que colocou em risco a vida do navegador jundiaiense foi no deserto do Saara, em um trecho na Líbia em que o carro saltou no meio das dunas de areia. Fadigatti lembra pouco, mas falou do calor sufocante e de ficar deitado fora do carro à espera de socorro pelo helicóptero do resgate. Eram tantos acidentados naquele dia de rally que acabou indo de avião para o Egito. Foi sua sorte, por chegar a um hospital melhor.

Foram esmagadas três vértebras. Ouviu de um médico: “Tem 40% de chance de você ficar paraplégico”. Respondeu no ato: “Então tenho 60% de chance de você voltar a andar”. Foi o que fez. Nenhuma das vértebras quebradas atingiu o medula espinhal.

Terminava assim a aventura da equipe Hollywood Troller, a primeira de um carro brasileiro na competição.

O acidente foi em 19 de janeiro e em agosto ele já estava navegando em um rally outra vez, embora usando um colete de aço.

OLHEIRO

Por duas outras vezes, lembra Fadigatti, ele também esteve no Dakar sem competir. Isso aconteceu em 1982 e 1983 como observador pela Engesa, empresa brasileira de carros 4×4.

DESDE 1969

Para a revista “Planeta Off-Road”, em 2000, Fadigatti resumiu dessa forma sua vida nos rallys: “Iniciei minha carreira no final de 1969, em uma prova chamada Rally da Integração Regional, e obtive a nona colocação entre todos os classificados da cidade de Jundiaí, ou seja, um início desastroso para um iniciante. Mas não me deixei abater por tal resultado e continuei a competir em todas as provas que podia ou tinha carro para fazê-las. Competi assim (do bolso) até 1974, quando consegui ficar Campeão Paulista pela primeira vez e fui convidado a correr pela VW em 1975. A partir desta data, a coisa ficou mais fácil e estou competindo até hoje. Competi em tudo o que você imaginar em rally, dentro e fora do Brasil, tanto em regularidade quanto em velocidade. Nesta toada, fiquei Campeão Paulista, Mineiro, Carioca e Brasileiro em vários anos, que não sei exatamente quais”.

 

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