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Jundiaqui

 Branco da paz, flores e silêncio marcam caminhada pelo Centro
19 de abril de 2019

Branco da paz, flores e silêncio marcam caminhada pelo Centro

Jundiaienses participam da “Silenciata” com pedidos por um mundo menos violento e mais justo para todos

Edu Cerioni e José Arnaldo de Oliveira

Carregando cartazes de Jesus Cristo, Gandhi, Malala, Desmont Tutu e outros ícones da defesa dos direitos humanos e que sofreram na própria pele a dor das minorias oprimidas, um grupo de oitenta jundiaienses participou da “Silenciata” na manhã desta Sexta-Feira Santa (19), pelas ruas do Centro, para lembrar da importância da paz e do amor em tempos confusos.

Crianças como Carolina, 5 anos, a caçulinha da turma, que levou sua boneca da Minnie, e veteranos como dona Ignezinha do Pandeiro, 87 anos, se uniram em um mesmo pedido por um mundo melhor.

O mesmo fizeram presidente de ONG, rotarianos, diretores da OAB, músicos, atores, estudantes junto com professores, que se misturaram a cidadãos e cidadãs que se preocupam com os rumos que o mundo toma, com a violência das ruas e aquela que também deixa feridas das redes sociais.

Teve quem precisou de um braço solidário para completar o percurso de cerca de 600 metros e o achou sem precisar pedir. Teve quem distribuiu flores brancas e arrancou um sorriso surpreso do rosto de quem ganhou um presente. Teve quem sorriu, quem chorou… em comum, todos em silêncio, uma forma diferente e criativa de dizer muitas coisas para nossa comunidade e que bem poderia se espalhar mundo afora.

Os silenciosos caminhantes saíram da praça do Coreto pela rua Barão de Jundiaí, viraram na rua Coronel Leme da Fonseca e voltaram pela rua do Rosário, respeitando e respeitados por motoristas que circulavam pelo Centro nesta manhã de feriado.

Como foi em silêncio, era curioso ouvir o som dos próprios passos, outros vindos de dentro da Catedral em missa e também aqueles que a cidade sempre emite e a gente apressado não escuta. Ou especialmente o que as pessoas que estavam pelas ruas diziam. Por contar com caminhantes em roupas brancas ou claras, um dos comentários foi de que se tratava uma “procissão silenciosa”.

Um morador de rua disse a outro na esquina do Calçadão da São José: “Mandela?” E ganhou de resposta do amigo em mesma situação uma aula sobre igualdade entre brancos e negros com direito a ouvir pela primeira vez a palavra “apartheid”. Taxistas que viram primeiro a placa de Buda imaginaram um ritual budista mas que logo os deixou confuso com a presença do Papa Francisco e de Madre Teresa de Calcutá.

A ideia inicialmente surgiu em torno de amigos como os irmãos Tom Nando e Rita Nicioli Cerioni com Mil Taroba, Henrique Parra Parra, Vanderlei Victorino e rapidamente outros simpatizantes. Certamente pelo desejo inconsciente de que a Páscoa ressuscite a esperança, a união e o diálogo entre as pessoas. Uma semente no solo da comunidade.

Enfim, o recado foi dado: que cada um reflita sobre o que faz para ajudar a melhorar a vida a seu redor. E notarem que, hoje em dia, quase todos querem falar mais alto que os demais e ao mesmo tempo, dificultando ouvir o outro.

As pessoas da “Silenciata” sabem que todos possuem suas inquietações atuais. Mas os cartazes espontâneos sobre atitudes, natureza ou envelhecer não citavam nomes, motivos ou partidos. Apenas, como fizeram na despedida final, a lembrança franciscana da proposta de “onde houver ódio, que eu leve o amor”. Esse final foi de mãos dadas, com a oração universal do Pai Nosso e compromissos assumidos desde já: que esse seja o comecinho de uma vida nova e ano que vem na mesma Sexta-Feira Santa que estaremos novamente ali, quer seja para comemorar ou para novo pedido de paz e amor.

Veja as fotos: Fotos: Edu Cerioni

 

 

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