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Jundiaqui

 Doutor Tarcísio chega aos 88 anos e vai encarar mais um júri. O último?
19 de abril de 2018

Doutor Tarcísio chega aos 88 anos e vai encarar mais um júri. O último?

Advogado criminalista fará dobradinha com o filho Marco Aurélio nesta quinta

Edu Cerioni

Tarcísio Germano de Lemos aniversaria nesta quarta-feira (18). Chega aos 88 anos com festa, mas sem exageros. Na quinta (19) tem julgamento pelo Tribunal do Júri de Jundiaí, a partir das 10 horas, voltando a formar dupla com o filho Marco Aurélio. E quando tem Tarcísio na tribuna da defesa, são duas certezas: vai ser uma batalha daquelas e uma aula de Direito. Se vai ganhar é outra história, embora normalmente isso ocorra – pode não ser absolvição em todos os casos, mas penas mais brandas e em sua visão mais justas.

Doutor Tarcísio é o “vovô” dos tribunais de Jundiaí e disse a Marco Aurélio que vai se despedir nesta quinta, embora admita que esse é um vicio difícil de largar. “Ele já falou isso antes, mas agora parece ser sério”, conta o filho. Marco Aurélio tem 57 anos e o pai passa dos 60 anos como criminalista, carreira que o tornou mito no meio jurídico jundiaiense. Encarou a oportunidade em uma época que, segundo recorda, ninguém queria defender os pobres – os advogados, que se contava então nos dedos das mãos, focavam nas áreas trabalhista, civil e administrativa.

Pai e filho vão defender um acusado de provocar uma morte no trânsito, que a dupla tentará provar não ter sido por uma vontade específica, como no caso de quem pega um revólver e sai para atirar, e sim um erro eventual. Uma “arma” para convencer o júri é conhecer cada pequeno detalhe do processo e outra é o dom de improvisar que o velho Tarcísio tem.

Marco lembra que ter o pai ao lado dá uma tranquilidade, porque a responsabilidade é grande neste momento em que não se pode errar. O que o “professor” ensina? “Nunca entre de corpo mole, porque você sai derrotado”.

Nascido em Tietê, o viúvo de dona Therezinha diz ter mais advogados do que gente em sua família. Dos cinco filhos, quatro seguiram sua profissão. Além de Marco Aurélio, também Tarcisinho, Lia Valéria e Maria Elisa. A exceção é Jorginho. Tem ainda duas noras advogadas, Regina e Gisele, além de três netas, Rafaela, Luíza e Laura. E isso sem contar sobrinhos…

“Ele nunca nos cobrou seguir seus passos, foi uma escolha espontânea mas espelhada no sucesso dele, é claro”, diz Marco, que em seu primeiro júri, em 1986, ouviu a seguinte recomendação do pai: “Conhece cada página do processo? Então, voa”.

Três vezes presidente da OAB Jundiaí, a Ordem dos Advogados do Brasil, Tarcísio foi aconselhado por seu pai a treinar a oratória. Assim, em cada festinha da família ele acabava falando em alto em bom som. Aprendeu direitinho e isso lhe abriu também as portas da faculdade, dando aulas por mais de duas décadas, e da política.

Foi vereador – é autor do projeto que criou a bandeira e o hino da cidade. Também chegou a vice-prefeito de Walmor Barbosa Martins, dobradinha que ele se orgulha ter dado o inicio ao Distrito Industrial. Ocupou o comando da Guarda Municipal, entre outros cargos públicos. Faria tudo de novo? Difícil, pois diz que política hoje dá nojo. Para ele, só a educação pode salvar este país.

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