Rafael Marques Lusvarghi, de 32 anos, ganhou liberdade provisória

Preso por um ano e dois meses na Ucrânia sob acusação de terrorismo por ter lutado contra o exército do país ao lado de tropas militares rebeldes, o jundiaiense Rafael Marques Lusvarghi ganhou provisoriamente a liberdade. Passou Natal e Réveillon com amigos, mas terá que ser julgado novamente.

Rafael deixou a prisão e foi para a Embaixada do Brasil em Kiev, que banca agora sua hospedagem em um hotel da capital da Ucrânia.

Rafael foi preso em Kiev, em 6 de outubro de 2016. Em 25 de janeiro de 2017, foi julgado e condenado a 13 anos de prisão. A defesa recorreu, alegando que houve uma série de irregularidades no processo, como ausência de tradução na língua portuguesa e até denúncias de que ele foi torturado para confessar ser terrorista. A Justiça da Ucrânia decidiu então anular em agosto o julgamento e marcar outro, ainda sem data definida.

Black bloc

Em 12 de junho de 2014, o jundiaiense foi detido no protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo, quando suas açõess ganharam o noticiário no enfrentamento com a PM. Acusado como black bloc, Rafael ficou 45 dias preso.

Em setembro de 2014, viajou à Ucrânia e se tornou o primeiro brasileiro a se juntar às tropas separatistas.

Segundo o site G1, Rafael é o mais velho de quatro irmãos nascidos numa família de origem húngara e de classe média aqui na cidade. A mãe professora é separada do pai, empresário em Minas Gerais.

Na adolescência, ele fez curso de técnico no Colégio Agrícola. Aos 18 anos, se alistou na Legião Estrangeira, na França, onde serviu por três anos. Na volta ao Brasil, foi soldado da Polícia Militar de São Paulo e tentou sem sucesso a carreira de oficial na PM no Pará. Ele esteve também na Rússia e na Colômbia, onde teria feito parte das Farcs.