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Jundiaqui

 “Parece resfriado comum e então a gente vai relutando”, alerta curada da Covid-19
11 de abril de 2020

“Parece resfriado comum e então a gente vai relutando”, alerta curada da Covid-19

Vanessa Zuin Barros mora há três anos em Londres e conta como foi o processo todo da doença e defende o nosso SUS

Psicóloga de Jundiaí, Vanessa Zuin Barros, 28 anos, está desde abril de 2017 na Inglaterra. Mora em Londres, onde trabalha em uma clínica para autistas e faz pós-graduação em psicodinâmica. Foi lá que acabou contaminada pelo coronavírus, isso a partir de 13 de março e com reflexos até hoje, quase um mês depois, porque não recuperou de todo o olfato e o paladar.

Vanessa diz que o atendimento de lá não se comparar ao que o SUS nos oferece. Assim como no Brasil, também na Inglaterra a Covid-19 gerou dúvidas e confusões, inclusive com Vanessa, que alerta: o isolamento social é a melhor forma de prevenção.

Veja seu depoimento:

“Comecei a sentir dores no corpo, até que me deu febre de noite, isso dia 13 de março. No outro dia amanheci com muita dor no peito e fraqueza. Ainda assim relutei em buscar atendimento médico. Parecia resfriado comum e, por isso, a gente vai relutando. Mas com essa minha experiência agora, indico a todos que perceberem os sintomas para que já busquem alguma ajuda.

No dia 15 perdi totalmente olfato e paladar. Então fui ao hospital, onde fizeram exames de sangue e um raio-x do tórax. No hospital, me disseram que estava ‘tudo ok’ com minha saúde e que eu me recuperaria da fraqueza e das dores ficando isolada por duas semanas. Saí de lá com indicação de pneumonia e com remédio para tratar a infecção do peito por 7 dias. Mas me orientaram: se a dor continuasse, eu deveria ligar para eles. Não precisei. Mas na data de hoje (9 de abril), já melhorei o peito, não tenho tosse nem febre, só que ainda não recuperei paladar e olfato totalmente. Já se vão quse um mês…

Como busquei atendimento logo que senti os sintomas, me dizem que a infecção do peito estava no começo e é por isso que foi possível tratar em casa, com medicação. Mas se tivesse esperado mais, teria complicações. Repito: se sentir sintomas, procure ajuda!

Sobre o sistema de saúde aqui na Inglaterra, ele é gratuito, não temos nenhum plano pago como aí. É bom isso, só que mais ou menos! Na verdade, vejo que no Brasil é melhor. Aqui eles só te indicam paracetamol e mandam ir para casa. No geral, quando você vai ao hospital aqui, mesmo que tenha febre, eles te mandam ficar em casa, sem medicação. Só após dias com febre constante é que eles tomam providência.

Em meio a essa pandeia do coronavírus, ainda tive que enfrentar muita resistência para o atendimento. Quando senti mais dores, liguei no 111, que é o número de assistência daqui. Eles falaram que, como eu estava com muita dor no peito, tinha que ir ao hospital. Mas quando cheguei lá, me isolaram em uma sala e disseram que eu não deveria ter ido. Aí me fizeram ligar para o mesmo 111 solicitando uma ambulância que me levasse a outro lugar para ser avaliada. Era um hospital maior e lá, enfim, eles foram muito bons.

Outra coisa: eu tive que bater o pé para ser levada no hospital maior, alegando dor no peito fortíssima. A doutora deste segundo hospital disse que fiz bem, pois se tivesse ficado em casa sem diagnóstico e sem remédio adequado, a infecção iria piorar e eu teria complicações.

O número de pessoas infectadas aqui na Inglaterra eu tenho certeza que é muito maior do que o divulgado. Muitas pessoas com a Covid-19 foram tratadas em casa, isoladas, sem fazer o exame”.

No Reino Unido, que além da Inglaterra compreende Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, são mais de três mil mortes e 350 mil infectados, entre eles o primeiro-ministro Boris Johnson.

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