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Jundiaqui

 Poder Judiciário de Jundiaí em luto
20 de novembro de 2017

Poder Judiciário de Jundiaí em luto

Juíza Adriana cassou prefeito e condenou Grupo Moreira por fraude financeira. Amigos a definem como “destemida”

Edu Cerioni

A morte da juíza Adriana Nolasco da Silva, de 46 anos, entristeceu seus colegas advogados de Jundiaí, para onde veio de Cajamar em 2015. Todos falam dela com carinho de quem saiu de família humilde para fazer história, sendo uma profissional íntegra e destemida.

Em Cajamar, onde atuou por dez anos, foi a responsável pelo caso que levou à cassação do então prefeito Daniel Fonseca. Um feito histórico: Adriana autorizou primeiro casamento homoafetivo direto no Brasil. Em Jundiaí, condenou os proprietários do Grupo Moreira por fraudes em investimentos que lesaram centenas de pessoas.

Nascida em 13 janeiro 1971, em São Paulo, onde vem sendo velada, a dra. Adriana deixou a filha Amanda.  Se formou em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1998, e foi professora até 2012 do Centro Universitário Padre Anchieta.

A diretoria da 33ª Subseção da OAB/SP – Jundiaí divulgou nota dando conta de que a classe jurídica está “comovida com tamanha perda”.

“Vamos pôr ordem na roça!” A frase que Adriana costumava usar foi lembrada nesta segunda (20) por Lucinha Andrade Gomes, advogada e que também foi professora do Anchieta. Lucinha disse: “Era uma pessoa de  alegria contagiante, destemida!”

Ana Targa contou: “Fez muito por Cajamar e Jundiaí. Além de juíza competente, foi uma professora maravilhosa que segue inspirando muitos ex-alunos da faculdade Anchieta. Infelizmente foi levada precocemente. Jundiaí está de luto”.

O desembargador Cláudio Levada lembrou que Adriana trabalhou com seu filho, Filipe Levada, ela como titular da 1ª Vara de Cajamar e ele na 2ª, o que estreitou os laços de amizade familiares. “Ela ficou uns dez anos lá e deixou maioria absoluta de amigos. Muito expansiva, não tinha papas na língua. Gostava muito de vinhos e vivia bem, com intensidade. Tecnicamente, bastante preparada e trabalhadora”.

Fã do Prince, sua última viagem internacional foi para os Estados Unidos, em fevereiro, quando esteve em Paisley Park, Minnesota. Pelas postagens do Facebook dá para notar que adorava gatos.

INVESTIGAÇÃO

A morte da juíza de Jundiaí agora será investigada pelo 8º Distrito Policial, do Brás, na Capital. Ela morreu devido aos ferimentos causados após seu carro, onde estava como passageira, ser atingido por destroços quando passava sob um viaduto na avenida do Estado – leia mais.

A Polícia de São Paulo constatou que nenhum dos motoristas envolvidos no acidente estava alcoolizado. O caminhão foi multado com base no artigo 230 do Código Brasileiro de Trânsito, porque não portava autorização especial. O motorista recebeu multa de infração grave. O caso foi registrado como lesão corporal na condução de veículo automotor.

O motorista da juíza, Osmar de Carvalho, conta que ela foi a uma festa no Cambuci e voltava para casa, no Capital Ville, da Anhanguera. Diz que o caminhão estava a uma velocidade maior que a do carro que dirigia e que este atingiu o pórtico da ponte com o sistema de sinalização da CPTM. Segundo ele, ocorreu um estrondo e que, de repente, a estrutura de concreto arrancou o teto do Honda, o que deixou a passageira sem sentido.

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