Leandra Gonçalves, pesquisadora do Instituto Oceanográfico da USP, alerta sobre vulnerabilidade da costa brasileira

Leandra Regina Gonçalves Torres tem formação interdisciplinar e com especial interesse em políticas públicas ambientais, instituições internacionais e manejo de recursos naturais de uso comum, em um contexto de desenvolvimento sustentável e de governança ambiental. Essa jundiaiense que é bióloga pesquisadora do Instituto Oceanográfico da USP, é apresentada como uma das três “super-heroínas brasileiras” em defesa da natureza na edição de dezembro da revista “Cláudia”.

Leandra adverte na publicação da Editora Abril que as tragédias do ano sugerem mudanças urgentes e até que as pessoas precisam rever seus hábitos diários em nome da defesa da natureza.

Ela avalia o impacto do aparecimento de manchas de óleo –identificado como petróleo cru– ao longo de uma faixa de mais de 1.500 quilômetros do litoral do Nordeste e que acendeu um triplo alerta: a costa brasileira é vulnerável, a fiscalização marítima é precária e incidentes como este podem colocar em risco o turismo que move a economia dos estados litorâneos, isso sem contar os danos à biodiversidade, à pesca e à sobrevivência das comunidades que tiram seu sustento diretamente do mar.

Co-fundadora da Liga das Mulheres pelos Oceanos, a jundiaiense avisa que o país não tem estrutura de monitoramento ou fiscalização robusta o suficiente para garantir que atividades que envolvam petróleo e gás não causem impactos na biodiversidade marinha. O mar, alerta a pesquisadora, está se tornando uma nova fronteira potencial para novas tragédias ambientais.

Pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (Inst. Oceanográfico), ela é colaboradora da Plataforma Brasileira para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). É ainda mestre em Biologia Animal e doutora em Relações Internacionais. Trabalhou no Greenpeace e na Fundação SOS Mata Atlântica e outras ONGs ambientais.

Colaborou: Lucinha Andrade Gomes