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Jundiaqui

22 de janeiro de 2018

As velhas propagandas

Por Nelson Manzatto

Ver televisão no início dos anos de 1960 era algo especial. Primeiro, porque nem todo mundo tinha televisão e segundo porque tinha propaganda que definia o que deveria acontecer em casa. Eu e meus irmãos nos dirigíamos à casa de seu Antonio, nosso vizinho, para assistir o que ele queria e o silêncio tinha que ser absoluto na sala. Mas as propagandas eram marcantes.

Hoje, por conta do controle remoto, muda-se de canal nesta hora e volta ao de origem, quando terminarem os comerciais. Mas nos tempos do televizinho, principalmente para meus irmãos era diferente: a mudança de canal só acontecia junto ao aparelho e girava-se o seletor do 2 ao 13 – os canais da chamada TV aberta – para buscar algo diferente.

Mas quem mudava de canal no nosso vizinho era dona Ana, portadora de paralisia infantil e que a obrigava a se levantar, girar o botão segundo as ordens de seu pai Antonio e retornar rapidamente onde acontecia o programa preferido daquela noite. Assistíamos, me lembro os nomes, “A marca do Zorro”, “Rin Tin Tin”, “Vigilante Rodoviário”, “Legionários Toddy” (por conta do patrocinador), “Alô Doçura”, “Moacyr Franco Show”, “Programa Luiz Vieira” e a novela “2-5499 Ocupado”, que tinha Tarcísio Meira, Glória Menezes e Lolita Rodrigues no elenco.

Por falar em Lolita, assistíamos também “Clube dos Artistas”, apresentado por ele e pelo marido Ayrton Rodrigues. Mas como dizia no início, as propagandas marcara época e sabíamos o momento de dizer “boa noite” e ir embora. Bastava entrar no ar a propaganda dos “Cobertores Parayba”, pois sabíamos da hora de irmos para casa. “Já é hora de ir dormir, não espere mamãe mandar…” começa a propaganda e saíamos, comentando algum momento interessante dos programas assistidos.

Tinha ainda o programa “Bola do dia”, com um minuto de duração e era mais um momento de humor, patrocinado pela Estrela. E lá dizia “Estrela Pim Pam Pum Estrela…” Mas as propagandas não tinha a tecnologia de hoje. Algumas eram simplesmente feitas por desenhos fotografados e postados na tela. “Xarope São João” era uma delas. E o “Como vai a senhora dona tosse? Aqui quem fala…” e seguia o comercial com “é o Xarope São João.. Alô, pronto, fugiu hem?” Ríamos do comercial e comprávamos o xarope… “Ducal” era outra propaganda constante na televisão e ficávamos felizes em saber que tinha esta loja na cidade. “Quem bate?” “É o frio….” e lá vinha propaganda das Casas Pernambucanas.

A Cica, com fábrica em Jundiaí, tinha propaganda do extrato de tomate, com o Elefante imitando o “bem me quer, mal me quer”, separando o produto com “Você vai, você fica…” e me lembro, ainda do “É hora do lanche que hora tão feliz… queremos biscoito São Luiz”.

Mas hoje em dia são tantas propagandas na televisão e, com certeza, uma melhor do que a outra que não me lembro do comercial que vi ontem à noite. Aliás, assistia um filme no DVD…

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