LOADING...

Jundiaqui

26 de julho de 2017

Regina Wacked conta como fez sucesso como Regiane (e canta para você)

Em 30 de outubro de 2016, cantora deu um longo depoimento sobre sua carreira ao blog de Lúcia M. Zanetti de Araújo, que reproduzimos aqui

Regina Célia Bellocchi Wacked foi chamada por Lúcia M. Zanetti de Araújo para falar de sua participação na história da gravadora Young, assim narrada por ela…

Oi Lucinha, vamos lá:

Morava com minha família (meus pais e meu irmão Roberto, um ano mais velho que eu) no bairro da Aclimação / Cambuci em São Paulo e SEMPRE fui ligada em música e nos meus 12/13 anos estudando no Colégio Sagrada Família, senti que não poderia cantar, pois na escola eu destoava nos cânticos com voz grave e forte então passei a me calar.

Logo apareceu na televisão a Inezita Barroso cantando folclore e eu vi que daria pra eu cantar também; fui aprender violão (também era moda na época) com o Prof. Teotônio Pavão, pai do Albert Pavão, e me realizei e sobressaia; meu professor começou a fazer reuniões musicais em sua casa, depois em teatros e depois na TV, onde eu devo ter sido vista e o Miguel Vaccaro Netto chegou a minha casa; eu já tinha 17 anos nessa época.

Miguel nos explicou sobre o movimento à procura de jovens talentos e nos convidou a ir ao seu programa ‘Disque Disco’ na Rádio Panamericana, de violão em punho, no dia seguinte.

Fomos eu e minha mãe, e eu acabei fazendo o programa todo, cantando vários gêneros musicais e o Miguel, por eu ser Regina Célia, já lançou um concurso solicitando opiniões para escolha de um nome artístico, sobre a Cantora Misteriosa, e isso foi por um tempo até que me batizaram de REGIANE. Já fui logo conhecendo o pessoal da Young, sempre com mãe ou pai do lado.

Gravei o primeiro disco, um 78RPM, com “Fallin’ e To Know Him Is To Love Him”, e logo depois , outro com “Frankie e Tum-Ba-Love”, conhecendo a família Young, fazendo apresentações em TV e já começando a ser bem assediada (e me assustando) e os meninos Amilton, Gato, Nick Savoia, The Avalons’, The Beverly’s (Oi Amélia), The Teenagers’, The Rebels’ (o Nenê tinha 12 anos e tocava bateria), Demetrius, Dori Angiolella, Marcos Roberto, Antonio Claudio, Carlos Davi, cuidado de mim como irmã mesmo, junto com o Miguel. Viramos uma família.

regiane-capa-de-disco

Posteriormente, eu e todos da Young gravamos num dia só. Mil horas de gravação no Estúdio da Continental, onde nos divertimos muito. Eu, o EP “The Beautiful Teenager”, com as 4 músicas, a saber: “O Dio Mio”, “Broken Hearted Melody”, “Willie Boy” e “I’m Yours”, estas com violinos (Maestro Slon Spalla do Teatro Municipal), Edgard, guitarra, Bolão no sax; gostei bastante.

Com “I’m Yours” ganhei o Troféu Chico Viola, da TV Record, como Revelação do Ano e ainda um contrato com a TV Record, onde tive o Programa “ELE E ELA” junto com Walter Santos além de outras honrarias de revistas.

Conheci Didi com quem me casei em 1963, ciumeira geral da irmandade.

Fui representar o Brasil em Punta Del Este, fiz toda sorte de programas de classe da Record tipo “Astros do Disco”, “Show 713” que era o canal 7 com o a TV RIO canal 13 (que era o “Fantástico” de hoje) onde cantei, por várias vezes, músicas da Judy Garland a pedidos do Sr. Paulinho Machado de Carvalho, “Phebo Faz Degrau Para o Sucesso”, muitas vezes o programa da Celly Campello, porém nunca perdendo de vista os meus irmãozinhos queridos. Não gostei do ambiente da TV, era muito diferente do meu meio.

Recebi convites de todo tipo, para filmes, boate e eu, hein??? Recusei tudo brava!!!

Eu estava liberada da Young que acho já estava parando (não liberada dos amigos e nem do Vaccaro); eu fui convidada pela Gravadora Odeon para gravar “Emotions”, da Brenda Lee, em versão e “O Il Nostro Concerto”, lindíssima com um arranjo idem.

Conclusão:

Coloquei a voz no “Emotions” e em seguida mandei o meu convite de casamento, após verificar bem, que eu não tinha, na época, estrutura psicológica para o ambiente artístico, recusando convites internacionais (fizemos a primeira parte, eu Cauby Peixoto, Tito Madi etc de todos os especiais internacionais da Record) e eu me lembro da Caterina Valente vir de robe na coxia me ouvir. Foram muitos convites, todos recusados.

Casei-me com o Didi, cujo nome era Warrington Wacked, com quem tive 4 filhos, a saber:

Warrington Wacked Junior, 52 anos, advogado, casado e tem 3 filhos de 26, 21 e 18 anos respectivamente;

Wellington Bellocchi Wacked , 51 anos, dentista, casado, uma filha de 7 anos;

Wanessa Bellocchi Wacked , 49 anos, médica neonatologista, casada , sem filhos por opção;

Wallingson Bellocchi Wacked, 46 anos, professor de Educação Física, casado, tem 1 filha de 9 anos.

Fiquei viúva em 2005 e sempre morei só.

Moro em Jundiaí há 45 anos, cidade de onde orgulhosamente recebi o título de “Cidadã Jundiaiense”.

Em tempo: eu nunca perdi o contato com Vaccaro e outros.

Em 1997, com meu marido na Presidência do Lions, em um jantar onde estava tocando um bom tecladista de nome Ewerton Pernambuco e a pedidos fui cantar, e tendo ele uma escola de música convidou-me para cantar, com quem cantei por 19 anos em eventos fechados, tendo gravado nesse tempo só um bolero, do qual fiz uma cópia para cada filho e fim.

Ao longo de minha vida fiz vários cursos de Técnica Vocal e Canto e, também ministrei aula de canto popular nesses 19 anos.

Meu registro vocal é de Contralto Tenorina, estou com 75 anos, relativamente saudável, muito disposta, participante e ÀS SUAS ORDENS!!!

Bjossssss

VEJA TAMBÉM:

Jundiaí dá adeus à dona da voz. Morre Regina Wacked

Regina Wacked sempre teve um sorriso cativante

Adeus a Regina Wacked: beleza e maciez de uma voz que se cala

 

Prev Post

A Cica e os Figos…

Next Post

Regina Wacked sempre teve um…

post-bars

Leave a Comment