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Jundiaqui

 Viagem ao passado de Jundiahy agita redes sociais
15 de setembro de 2017

Viagem ao passado de Jundiahy agita redes sociais

Por José Arnaldo de Oliveira

As redes virtuais podem alienar ou envolver as pessoas. Gosto da segunda hipótese, mesmo não sendo nada simples lidar com preocupações coletivas no atual mundo das sobrevivências individuais.

As moradoras Lúcia Assis e Joyce Chiquini, por exemplo, ganharam um kit de símbolos da cidade da lavra da família do Afonso Zeni ao acertarem no Sete de Setembro a uma pergunta da equipe do Departamento do Patrimônio Histórico. Era para ver quem lembraria o local da antiga Casa Independência (foto acima), um dos marcos do comércio central da cidade. Acertaram logo que era onde surgiu depois o “atual” Edifício Carderelli no Largo da Matriz, que é de 1948. Depois foi Credi Rei e agora é Passarella.

Mais impressionante é a velocidade de inclusão de imagens e de compartilhamentos no perfil do Sebo Jundiaí. Cada uma delas recebe dezenas ou centenas de comentários em uma interação única de moradores no trabalho intenso e apaixonado do professor Maurício Ferreira. Uma delas mostrava a estradinha de terra que existiu entre o fim dos trilhos da Sorocabana e o surgimento da atual avenida União dos Ferroviários, mais ou menos entre 1970 e 1990. Depois tinha até avenida de lazer aos domingos, lembram? Isso é ainda antes.

Aliás, estive com alguns alunos da Fatec ali, a convite do professor Francisco. E na entrada de veículos do Poupatempo existe uma sobreposição de três dimensões. A primeira, do século 18, é a estrada colonial formada por rua Abolição e estrada de Itatiba e que funcionou até 1967 (e pode sumir num estalar de dedos se fecharem a última passagem de pedestres da Barreira). A segunda dimensão, do fim do século 19, com os trilhos da Cia Paulista e da Sorocabana paralelos até o Sororoca. E a terceira dimensão, do século 20, com o quase abandono da primeira e o sumiço da segunda para a avenida. Direto do túnel do tempo.

Mas temos que desenvolver algumas lógicas ampliando o lado econômico e tecnológico, especialmente no centro Interfluvial e histórico de Jundiahy.

Um sobrado raríssimo da rua do Rosário, logo depois da esquina da Bernardino, está nas análises do Conselho de Patrimônio Artístico e Cultural (Compac). Parece que foi autorizado preservar fachada e mais sete metros adentro, liberando os fundos para a rua Senador para outros usos. Nem todos concordam, o lugar parece ter histórias marcantes como do jornal Correio ou da locadora de filmes Sancho Pança. Ao mesmo tempo, uma solução parecida foi combatida na antiga Fábrica Têxtil Japi, onde funcionou o mercado Disco ali perto da estação, e acabou não vingando e o abandono está maior do que antes.

Seja no ambiente da natureza ou no ambiente histórico das cidades, acertar os ponteiros entre o interesse de particulares e da comunidade é sempre um desafio. O turismo é uma possibilidade, a economia criativa é outra, a educação nem se fale. Mas nada é mais importante do que a base criada pelo sentimento de amor e pertencimento que cada pequena iniciativa e cada pequeno avanço nos recarrega de esperanças. Será que ainda acreditamos na capacidade do ser humano melhorar pelo diálogo?

Pelo menos as redes sociais permitem que vejamos que muita gente ainda busca esse caminho. Viva a vida, como diria o filósofo popular.

José Arnaldo de Oliveira é sociólogo e jornalista do site Jundiahy

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