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Jundiaqui

 As saudades que sentimos
10 de novembro de 2017

As saudades que sentimos

Kelly Galbieri

Às vezes me pego pensando em fatos e pessoas que marcaram minha vida. Creio que todos nós temos esses devaneios vez ou outra. E nos faz tão bem… Até o cheiro somos capazes de sentir. Ou pelo menos eu, sou… rs

Lembro como se fosse hoje da casa da minha avó Hypólita, na rua São Pedro, nos fundos da loja de móveis da família. Tinha até a marcenaria do vô João ali e era tão gostoso quando os 13 primos se encontravam nos “primeiros de ano” para o tradicional almoço de Ano Novo e corríamos entre as máquinas e serragem da marcenaria.

Adorava também receber “boas festas” dos tios. Era comum naquele tempo a criança dizer aos mais velhos: “boas festas” e ganhar algum dinheiro. Então eu sempre voltava com os bolsos cheios para comprar guloseimas na quitanda da Lila. Era tudo tão simplório diante dos dias de hoje, mas tudo tão valorizado. Que pena que alguns valores se perderam ao longo desses anos.

Outra forte recordação que carrego é dos almoços de domingo na casa da vó. Logo após o almoço, junto com minha mãe, com a tia Palmira, tia Santa, vó Hypólita e minha irmã Daniele, passávamos a tarde jogando baralho, sempre a famosa cacheta, mas a dinheiro: “para ter graça”, elas diziam. Às vezes eu voltava também destas jogatinas vespertinas com alguns trocados para casa. E lá ia eu na quitanda de novo.

Quem é da Ponte São João se lembra bem da Quitanda da Lila. Hoje é da Ivani. Mas sou da época em que o arroz, o feijão e muitos outros alimentos ficavam em sacos na porta do comércio e eram vendidos a granel. As balas e chicletes ficavam no baleiro de vidro e nossos olhos brilhavam cada vez que ele virava mostrando aquela variedade de sabores. Comprávamos umas poucas balas e já ficávamos felizes. Mas o mais maravilhoso de ir ali era o atendimento.

A Lila é um ser especial. Sempre foi uma pessoa muito alegre, que brincava com as crianças e ria com os adultos. Sabia o nome de todas as criancinhas do bairro de cabeça e quem eram seus pais. Na verdade, ali nos sentíamos parte de uma só família.

Não tinha um só dia que não íamos até sua quitanda. Podia ser para pegar o tradicional pão e leite, que não podia faltar na mesa de ninguém, ou apenas para ouvir seu “bom dia”, seu “ó” e ver seu sorriso afetuoso.

Esta semana soube que a Lila fez aniversário. Fez 87 anos. PARABÉNS, LILA!!! E obrigada por fazer parte da nossa infância e da nossa vida!

Que delícia ter tão boas recordações!

Kelly Galbieri é advogada

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