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Jundiaqui

31 de agosto de 2018

Deprê!

Por Vera Vaia

A depressão é uma doença que provoca distúrbios do humor e que pode ser desencadeada por motivos diversos: tem a depressão pós-parto, depressão pós-cirúrgica (especialmente após cirurgias cardíacas), depressão pós-choque emocional…

Um dia desses achei que podia estar desenvolvendo a doença, devido às minhas oscilações de humor. Mas logo me dei conta de que a minha era diferente e não se encaixava em nenhuma das “deprezes” conhecidas. Descobri a causa e até dei um apelido a ela: depressão pós-lançamento oficial das candidaturas!

Quanto mais assisto a debates e entrevistas com os candidatos à Presidência da República, mais pra baixo eu fico, com tanta mentira que ouço e com tanta desfaçatez que vejo!

Promessas? Todas! Tudo o que todo mundo já prometeu e que, claro, não cumpriu. Daí a gente começa a ouvir absurdos como acabar com o desemprego e endireitar a economia, tão logo assumam o cargo, tentando convencer o eleitor de que isso é possível a curto prazo.

Mentiras? Todas! Nesse tópico nem dá pra enumerar o tanto de lorotas contadas pelos candidatos que já tiveram, ou têm, algum posto importante na política. É um tal de “no meu governo acabei com a criminalidade no meu Estado”, “no meu governo não tinha desemprego”, “nos 27 anos em que fui deputado federal, só tive duas propostas minhas aprovadas”. Ops! Isso não é mentira!

Mas o que mais está causando irritação, depressão, desânimo, vergonha e outros substantivos que denotam paumolice é a tremenda falta de educação de alguns aspirantes a presidente!

No “Jornal Nacional” dessa semana, o primeiro candidato entrevistado, Ciro Gomes, aquele que disse que vai tirar o nome de todos os inadimplentes do SPC, se segurou pra parecer uma moça de bons modos, o que não é de seu feitio, mas peitou o Bonner rechaçando a várias perguntas que o colocavam em situação de perigo. O entrevistador tocou no assunto Carlos Lupi, seu queridinho e rapaz de tão boa índole, segundo ele, a ponto de dizer “no meu governo ele vai poder ocupar o cargo que quiser”. Bonner insistiu que Lupi era réu condenado por improbidade e investigado por crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ciro bateu o pé e respondeu que Carlos Lupi não é réu e que ele “tem minha confiança cega”. (Pelo jeito é cega e surda!).

O segundo presidenciável entrevistado, foi o menino da cola, Jair Bolsonaro.
Nem com a cola na mão, conseguia responder às perguntas, se fazendo, o tempo todo, de sonso. (Ou seria incapacidade cognitiva?). Polêmico por defender a ditadura militar, e pelos arroubos de homofobia explícita, partiu de pau pra cima da Renata Vasconcelos e do Bonner, quando perguntado sobre homofobia e sobre as mordomias que ele aceita de bom grado como deputado federal. Nessa questão, se justificou dizendo que a prática não é ilegal (e não é mesmo, mas pra quem defende a moralidade, não combina, né seu Jair?) e saiu atirando pedras na moça!

O dono de frases como “vizinho gay, desvaloriza o imóvel” e “prefiro um filho morto a um filho gay”, tentou se defender chacoalhando um livreto que ele diz ser distribuído nas escolas públicas, que incentiva a prática homossexual, e tentou justificar sua intempérie ao cruzar com LGTBs nos corredores da Câmara.

“Eles tinham acabado o 9° seminário LGBT infantil e estavam aí comemorando o lançamento de um material para combater a homofobia, que passou a ser conhecido pelo nome de Kit Gay”. (Evento esse desmentido por vários meios de comunicação).

Exasperado na maior parte do tempo, estava mais calmo quando, em outras palavras, chamou o Bonner de corno, comparando o fim do seu casamento (por traição da sua mulher, segundo as más línguas) com o do apresentador. “Quando nós nos casamos, eu com minha esposa, e você com a sua, nós juramos fidelidade eterna, mas aconteceu alguma coisa no meio do caminho…” (os bolsominions estão aplaudindo, em pé, essa “tirada de gênio”).

O terceiro entrevistado, Geraldo Alckmin, mais articulado do que os outros, não deu pano pra manga porque se comportou como um chuchuzinho.

A quarta, Marina Silva, não entrou aqui porque o texto ia ficar muito longo e também porque não tenho paciência pra assistir a uma entrevista de quase meia hora com a dona daquela vozinha que provoca, pelo menos em mim, uma expectativa de que vai acabar a entrevista com um “votem em mim, baixinhos e baixinhas”.

E, inspirada numa frase do Ciro Gomes, termino aqui igual biruta de aeroporto, e me segurando pra não tomar um Exodus!

Vera Vaia é jornalista

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