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Jundiaqui

 Família
4 de setembro de 2019

Família

Por Kelly Galbieri

Estas últimas semanas minha vida se viu permeada por discussões intermináveis sobre o que é família. Cada um tem um conceito formado, mas é bem verdade que muitos de nós conseguiu perceber que o que entendíamos como família, hoje não é mais tão rígido, pois o mundo mudou e novas formas de família foram criadas.

Graças a Deus as pessoas que convivem comigo (e não poderia ser diferente) pensam como eu: Família é a união de pessoas que se respeitam, que se amam, se completam, que dividem suas dores e alegrias, ajudam uns aos outros, independente de consanguinidade.

Eu mesma fui acolhida quando mais precisei em famílias onde me senti e me sinto parte até hoje, e nem por isso nasci dentro daquele lar, de um pai de uma mãe biológica naquela casa. Entendem? Ou ficou confuso? Vejam, não estou renegando meu pai ou minha mãe que amo tanto e que também posso contar para tudo, mas vi durante essas semanas, pessoas dizendo que famílias são aquelas exclusivamente compostas por pai e mãe como genitores.

Ora, temos nos dias de hoje tantas outras composições familiares… e felizes… por vezes tão mais felizes que as chamadas “tradicionais”. E penso que isso é muito bom, pois assim temos crianças e adolescentes acolhidas em lares, em famílias, sejam elas compostas da maneira que for, mas com calor, com carinho, com companheirismo, com atenção. E é só o que eles precisam.

Eis os modelos com seus nomes para conhecimento:

– Família tradicional ou matrimonial – aquela formada pelo casamento

– Família informal – aquela conhecida união estável. Pode ou não ter registro. Quando não há impedimentos para sua formação. Diferença entre união estável e namoro: a intenção de constituir família.

– Família monoparental – formada por um dos pais (pai ou mãe) e seus filhos.

– Família anaparental – entidade familiar que se dá pelo vínculo afetivo e de convivência entre parentes, sem a presença dos pais.

– Família pluriparental ou mosaico – entidade familiar que surge com o desfazimento de anteriores vínculos e criação de novos.

– Família paralela ou simultânea – quando um dos cônjuges está inserido em outro núcleo familiar.

– Família unipessoal – aquela formada por uma única pessoa.

– Família extensa ou ampliada – família formada por tios, primos, algum agregado.

– Família substituta – aquela conhecida família de coração que se constitui quando a biológica não consegue cuidar. Na adoção ocorre de forma permanente, enquanto que na tutela ou curatela de forma provisória.

– Família socioafetiva – aquela que tem estado de filho, pois não advém de vínculo biológico. Quando se desenvolve afeto de pai/mãe pelos filhos.

– Família homoafetiva – decorre de duas pessoas do mesmo sexo.

– Família poliafetiva – quando se tem duas ou mais relações afetivas e todos se conhecem. Não se trata de bigamia, pois não é casamento. Não pode lavrar esta união.

– Família homotransafetiva – família composta por algum componente transexual. Já somam 60.000, sendo 53,8% formadas por mulheres.

E aí me aparecem pessoas simplistas e querem me convencer que só pode existir família se for constituída por papai, mamãe e filhinho? Ah não… família para mim só existe se houver amor.

Kelly Galbieri é advogada e assessora de Políticas para Diversidade Sexual na Prefeitura de Jundiaí

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