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Jundiaqui

27 de julho de 2018

Gesto impensado

Por Vera Vaia

Fim de férias, volta de viagem, aniversário de neta num dia, um exaustivo passeio pelo shopping no dia seguinte, “para comemorar o Dia da Avó”, segundo Analu, (mas adivinha quem ganhou presente? Ela, é claro), mais as obrigações da casa, e agora, ufa, vou poder descansar um pouco! Me jogo no sofá pra relaxar, mas aí me lembro que já é noite e que tenho de entregar um texto na manhã seguinte e que ainda nem pensei no assunto.

Então abro meu IPad, vou lá pros sites de notícias, e logo me vem a vontade de voltar a andar num shopping lotado, mesmo que meus pés não aguentem mais. Melhor do que ler as notas sobre a corrida eleitoral, com esses candidatos que se nos apresentam. São trocas de farpas daqui, cutucadas dali, grosserias de lá… todos querendo vender seus peixes (podres), como se realmente estivessem interessados no bem estar do povo.

Tem pré-candidato que se torna candidato em convenção, se apresenta como o salvador da pátria, mas que não encontra ninguém que encare o papel de vice. Por quê será? Tem candidato dando o fiofó pro diabo pra tentar se eleger, se misturando com tipos dos quais não se compra um carro usado. Tem candidato líder do MTST, movimento bastante conhecido pelas invasões ilegais, e por provocar forfé por onde passa. E tem até pré-candidato presidiário! Pode isso, Arnaldo? Em que outro país do mundo, um preso por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, devidamente enjaulado, se declara candidato à Presidência da República?

E ao lado da corrida presidencial, vão os outros que querem um lugar ao sol. Tem candidato (a) que até trocou, facin, facin, seu “bá tchê” por um velho e bom “uai”, pra tentar uma vaga no Senado.

Estamos falando da estocadora de vento que levou o país à bancarrota, e que está em plena campanha política, percorrendo o estado mineiro, onde nasceu. (Mas a escolha não deve ser só por amor à terra natal. Ela deve achar que um estado que cria muito gado, pode dar um bom curral eleitoral).

E, por mais incrível que isso possa parecer, ainda encontra adeptos, ou pelo menos, um adepto, cheio de amor pra dar, que acabou provocando uma saia justa onde trabalha, colocando seu patrão em maus lençóis por causa da sua tresloucada paixão.

Dilma jantou no restaurante A Favorita, de Belo Horizonte, e na hora da sobremesa recebeu um prato de sorvete, decorado com a frase “sempre nossa presidenta”.

O ardoroso fã, ficou tão entusiasmado com a cliente, que até se esqueceu de que quando ainda era presidenta, mais precisamente, em 7 de agosto de 2015, Dilma vetou integralmente o projeto de lei aprovado pelo Congresso, que regulamentava a profissão de garçom e que tornava obrigatório os 10% de taxa de serviço. Mas o amor é cego, não é mesmo?

O dono do restaurante, Fernando Areco Motta, estava viajando nesse dia e quando soube, ficou puto e gravou um vídeo esclarecendo que o expressado na prato, não reflete seu pensamento, nem o do restaurante, e que o garçom cometeu um “gesto impensado”.

Mas é claro que foi impensado, seu Fernando! E, por acaso, eleitor de Dilma pensa?

Vera Vaia é jornalista

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