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Jundiaqui

30 de janeiro de 2018

Nem todo super-herói tem capa

Por Kelly Galbieri

“Nem todo super-herói tem capa!” Ouvi esta frase da minha filha mais nova. E foi em um contexto interessante. Ela foi para casa com pouquíssimo combustível em seu carro e, no dia seguinte, achou que não conseguiria chegar até o posto (e provavelmente não conseguiria mesmo). Foi então que me pediu para ir dirigindo seu carro e fazer “milagre” com o que restava de álcool do tanque. Ela foi guiando o meu carro e, quando chegamos no posto, ela, aliviada, me olhou com um sorriso lindo e disse a frase acima.

Achei tão fofo que entrei no meu carro e fui trabalhar com lágrimas nos olhos. Só por isso eu seria uma super-heroína? E eu que nem dei importância ao seu pedido quando feito… levei seu carro tão sem pretensões… Já fiz tantas outras coisas enquanto mãe que achei “demais” (rs) e ela e sua irmã nem ligaram.

Acho que estou ficando muito sentimental. Fiquei me imaginando nas lembranças e fantasias das minhas filhas. O que será que elas pensam sobre todas as vezes que estivemos juntas nas aventuras que curtimos na vida? Sobre os nossos passeios nos shoppings em São Paulo enquanto eram pequenas e íamos nos parques de diversão? Ou nos parques aquáticos e que eu dava uma “forçadinha” para que entrassem e brincassem? Claro que depois adoravam e voltavam mil vezes seguidas, mas a primeira tentativa era um parto…

E o que será que carregam de lembrança sobre a infância ao lado da mãe e do pai, hoje falecido? Alguém tão carinhoso que era.

Tudo isso me veio à mente logo cedo.

Quase todas as mães fazem concessões a vida toda para que seus filhos sejam mais felizes, abrem mão de alguns sonhos, de alguns sabores, de passeios, de amigos para que a vida familiar seja mais harmoniosa.
E como isso é bom, como vale a pena… Chegar à minha idade e ver o reconhecimento, com uma frase tão despretensiosa da minha filha, me faz pensar como fiz tudo certo. Não mudaria nada.

Sei que consegui fazer com que meus dois maiores tesouros saibam reconhecer as qualidades da mãe quando isso é importante. Porque os defeitos elas me lembram também… oh se lembram…rs. E bastante.

Então vejo que os meus super-heróis sem capas (meu pai e minha mãe) transmitiram-me os valores que também foram repassados com louvor às minhas filhas.

Só desejo que esta virtude seja uma herança que se transmita de geração em geração na minha família!

Kelly Galbieri é advogada

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