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Jundiaqui

 Tô zen
2 de setembro de 2017

Tô zen

Por Vera Vaia

Para driblar a preocupação de vó que está com uma neta de oito anos esquiando nos montes nevados do Chile, resolvi espairecer por uns dias, em outras plagas. 

Vesti uma camisa listrada e sai por aí!  E ao invés de tomar chá com torrada, escolhi Paraty! E lá fomos nós: eu, filha, e a prima com o marido a tiracolo, gastar a sola das papetes, pelas ruas estreitas e floridas da belíssima cidade histórica fluminense. 

Eu já tinha ido outras vezes, mas sempre que chego lá me encanto com suas belezas. Ir a Paraty é voltar no tempo.

No tempo em que a gente não se estressava com o trânsito (nunca ouvi falar de algum “motorista” de carroça que brigou no trânsito porque a condução da frente brecou ou porque ele deu um cavalo de pau na rua). Nem com os bancos, nem com as notícias ruins do mundo inteiro, nem com a internet que cai a toda hora e nem com outras chatices modernosas.

Depois de dois dias fazendo o caminho das pedras, demos descanso para os pés e fomos pisar nas areias brancas e fofas da Praia do Meio, em Trindade, uma vila de Paraty que fica a uns 30 quilômetros do centro histórico.

Aí voltei no tempo de novo. Não para época colonial, mas para um período mais woodstockiano da vida. Nas lojas, coloridas roupas ripongas. Nas ruas, muita gente jovem, zen, felizinha. Deve ser por causa do ar que respiram (ou aspiram). Não dá nem pra brigar com o garçom que de dois pedidos só entrega um. Em qualquer outro lugar eu já teria rodado a baiana, subido na mesa e dançado cara, caramba, caraô, mas aceitei a Paraty servida como desculpa, deixei meu corpo ficar odara,  e entrei no clima.

Mas como tudo que é bom acaba, chegou a hora de voltar pra casa. Quando chego, encontro a “Veja” sobre a mesa com aquela cara do Gilmar Mendes olhando pra mim. Me fez lembrar da existência das baratas. Blergh!

Em seguida ligo a TV e vejo notícias sobre o espetáculo pirotécnico que as Coréias estão promovendo. De um lado o menino maluquinho atirando seus mísseis por sobre o Japão. Do outro lado o presidente sul-coreano, Moon Jae-in cedendo às tentações do diabinho laranja que cutuca seu traseiro com um tridente afiado: “vai bobo, dispara o seu! Mostra que você não tá pra brincadeira, não! E não se preocupe, se precisar, tenho um bom estoque de brinquedinhos que explodem pra te fornecer”!

E aí volto no tempo de novo! Desta vez, para um tempo mais sangrento, como o que ocorreu nos anos 50, e que acabou com a vida de milhares de coreanos, na maioria civis.

Agora chega de voltar no tempo! Vamos  focar nos destinos do país dos fufucas e dos tiriricas. Sabem o que vai acontecer com a tão falada Reforma Política? Nada! Enrolaram, enrolaram, um vai pra China, outro senta na poltrona mais confortável da casa, e o que ficou fufucando em seu lugar, não tem  pulso firme  para reger essa orquestra de raposas velhas. E assim, nossas esperanças de ter a próxima eleição um pouco mais moralizada, vai pro espaço. Pelo jeito, tudo vai ficar como dantes no quartel de Abrantes! Que desânimo!

Trindade, me aguarde!

Vera Vaia é jornalista

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