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Jundiaqui

 Antes de tudo o amor
4 de junho de 2017

Antes de tudo o amor

Eusébio dos Santos lembra da importância do 15 de junho para as pessoas idosas

15 de junho é o dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o propósito de sensibilizar as famílias em prol do combate à violência contra idosos e a disseminação do entendimento da violência como violação aos direitos humanos, visando garantir o envelhecimento de forma saudável, tranquila e com dignidade.

Tem-se assistidos a vários casos de violência expostos nas redes sociais e telejornais. Grande parte deles praticados por filhos, netos ou pessoas (parentes) próximos do idoso. Muitas vezes o agressor chega a ser punido, até mesmo preso, mas estes, por sua vez, acabam nas prisões sendo também vítimas – sofrem agressões como represálias por terem praticado ações contra a pessoa idosa. Essa quase vingança em nada ajuda no processo de construção de uma sociedade humanitária.

Há, ainda, vários tipos de violências que nem chegam a ser expostas ou até mesmo denunciadas. Dados de pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça e Cidadania mostram que a violência física e maus tratos representam 26% das denúncias. Por mais assustador que seja fica em último lugar no ranking. As três primeiras colocadas no ranking são as que menos esperamos que aconteça.

Acredita-se que se está cuidando bem do seu pai, mãe, avô, avó, bisavô, bisavó ou até mesmo um tio só porque ele tem um lar, mora com a família e tem cama e comida quentinha numa noite fria de inverno? Ledo engano!

Deve lembrar-se da canção que diz: “A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte”. Pois bem, o idoso, o parente idoso, nossos idosos querem continuar vivendo com seus direitos preservados, em grupos, entretidos e próximos da espiritualidade, ou seja, em plenitude e felicidade.

Com certeza ele não terá isso trancado numa casa ou apartamento largado no sofá em frente da televisão, ou até mesmo na praça do bairro deixado ali para ver os pássaros.

Os idosos de hoje estão distantes daqueles dos anos 80 ou 90. Agora, os idosos são ativos, fortes, saudáveis e cheios de curiosidade, com vontade de aprender ou de manter vivo o que aprendeu ao longo da vida. Exigem o estar atento e pronto para agir em benefício deste momento, fazendo o que puder para facilitar esta verdadeira revolução, A REVOLUÇÃO DAS BENGALAS.

Como se faz isso? Conversando, dialogando oras!!! Não apenas cuidando como se fosse um animal de estimação – aliás, até os animais de hoje exigem carinho e afeto, uma relação de parceria.

Há famílias que abusam do seu parente idoso principalmente na exploração do aspecto financeiro, caracterizando um ato estarrecedor que representa 38% das denúncias, segundo a pesquisa. E veja bem: esta ocorrência considerando todas as classes sociais.

Com um índice maior está a pressão psicológica (51%). Tem citações de casos no qual o idoso chega a ser exposto ao ridículo, com ameaças de que lhe tirarão até mesmo a comida, além de cortar passeios e outros.

Deixar o idoso sozinho em casa, sendo ele lúcido ou não, é jogar com a possibilidade de acidentes domésticos, mesmo que sua casa esteja totalmente adaptada, com escadas e banheiros ajustados. Esta ação é caracterizada como negligência e lidera totalmente a pesquisa com 77% das denuncias.

É preciso saber amar para cuidar, não importa se você teve dificuldades ao longo do tempo, mágoa do que possam ter lhe feito, ou qualquer outro acontecimento. Espera-se que a compreensão e o esclarecimento justifiquem.

É preciso saber que, o que se tem hoje, foi construído por este que agora é o envelhecido. É preciso encontrar no toque do destino o brilho deste olhar e entender que mais do que obrigação é um ato de afeto cuidar do idoso, do seu, do meu idoso, com repeito a sua condição de cidadão.

O melhor caminho, atalho para esta relação, se chama AMOR.

Eusébio Pereira dos Santos é coordenador do Celmi

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