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Jundiaqui

 Bang, bang
10 de outubro de 2017

Bang, bang

Por Vera Vaia

 

Teretetê o assunto armas para todos, volta à tona, provocando muita polêmica entre os que são a favor, tipo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (por motivos$ óbvio$), seus adoradores (por motivos que ignoram), e os que são contra, porque acham que já tem atiradores o suficiente no mundo.

Nos esteites, a compra de armas é livre e ninguém precisa apresentar atestado de antecedentes criminais ou de sanidade mental. A pessoa simplesmente vai até a loja da esquina e compra arma ou balas como se tivesse comprando balas Fini. O que ele vai fazer com elas, é problema dele. Alguns voltam pra casa, matam a mãe, depois vão pra uma escola e acabam o serviço, matando um monte de crianças.

Outros preferem ir pra Las Vegas, alugar uma bela suite no hotel mais chique da cidade e abrir fogo contra fãs de música country!

Os motivos? Sabe-se lá quais. Bullying sofrido na escola quando era criança? Ou o Diazepam tomado por Stephen Paddock, que “pode causar surtos psicóticos”, segundo a revista “Veja”?  Difícil saber.

O fato é que esse senhor de 64 anos, bem sucedido na vida, gostava de torrar seu dinheiro em jogos e armas. Ele chegou a levar 23 delas pro quarto do hotel onde se instalou (mais as que encontraram nos seus imóveis, deu um total de 47) e passou pela recepção, livre, leve e solto com elas, porque no Estado de Nevada, qualquer um pode andar armado sem ser questionado.

Tudo bem que o recepcionista não pergunte o que o hóspede pretende fazer com tantas armas, mas não teria passado pela sua cabeça que esse arsenal não seria só para um simples suicídio?

Aliás, segundo a “BBC Brasil”, Las Vegas é muito procurada por quem quer fazer “turismo do tiro”. É isso mesmo! Lá existem cinco clubes destinados à essa finalidade, especialmente para pessoas que sempre quiseram sentir o gostinho de dar um tiro, mas que nunca tiveram a oportunidade.

Tem clubes especializados em despedidas de solteiros, tanto para homens como para mulheres. Esses clubes recebem até 40 convidados que vão se “deliciar” com os estampidos emitidos por vários tipos de armas, inclusive aquelas submetralhadoras alemãs usadas pela Swat ou pelo Bope do Rio, desembolsando “apenas” 180 dólares por cabeça. Depois da farra, as mulheres vão matar a sede com vinhos e espumantes da melhor procedência, e o homens vão poder acabar de desestressar num clube de streptease, transportados em uma luxuosa limousine, tudo incluído no pacote.

Tem um clube em campo aberto que usa o seguinte  mote na sua página do facebook: “espaço público de tiro, seguro, acessível, divertido e indicado para a família”. (E eu que achava que os campos de paintball eram violentos para crianças). Valer lembrar que a idade mínima exigida é de 10 anos, ok?

Particularmente não acho que armar a população vá trazer algum benefício a quem quer que seja. Mocinhos e bandidos caminhando lado a lado na mesma calçada, não pode dar certo. Como a policia vai saber quem é quem? Afinal onde tem restrições de compra e de porte, a arma é o crachá do bandido.

E também se alguém armado invade sua casa de supetão, você faz o quê? Diz pro bandido: péra que eu tenho o direito de me defender? Guenta aí que vou buscar uma escada pra pegar a arma que  escondi do meu filho, lá no maleiro do guarda roupas? Não dá, né?

Como competir com bandidos armados com uma Avtomat Kalashnikova 1947, vulga AK47, se você tem um  revórvico mequetrefe comprado nas Casas Bahia, em dez vezes sem juros?

Além do mais, em briga de mocinho e bandido, só John Wayne conseguia levar a melhor,  por sua bravura indômita. Mas os tempos das diligências ficaram lá pra trás!

Voltemos então para a civilização! (Civilização)?

Vera Vaia é jornalista

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