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Jundiaqui

16 de janeiro de 2018

Números curiosos

Por José Arnaldo de Oliveira

As estatísticas, desde que de fontes confiáveis, podem ajudar na reflexão de uma cidade sobre si mesma – e formam uma das ferramentas para sociólogos, economistas, urbanistas, gestores públicos, ativistas de cidadania ou ambientalistas. Seguem algumas curiosidades selecionadas em fontes como IBGE, Observatório e análise própria.

Agricultura crescendo

Por incrível que pareça, houve aumento da área plantada ou destinada à colheita em Jundiaí, que passou de 2.142 hectares em 2014 para 2.283 hectares em 2015.

Ainda temos vazamento de água

A rede de distribuição de água tratada em Jundiaí teve índice de perdas de 37,5% em 2015, ainda mais que os 35,8% do ano anterior.

Temos mais diversidade racial

Os moradores autodeclarados brancos na população da cidade “diminuíram” a proporção de 81,8% em 2000 para 76,6% em 2010. No mesmo período, os que se identificaram como pardos passaram de 13,8% para 18,6%, os pretos de 3% para 3,8% e os amarelos de 0,8% para 0,9%.

Mulheres ganham (um pouco) melhor

A proporção do total de rendimentos de mulheres para os homens passou de 58,16% (2000) para 67,2% (2010). E deve ter continuado a aumentar em mais oito anos.

As idades médias estão diferentes

As faixas etárias oscilam. O percentual da população de 15 a 19 anos diminuiu de 10% em 2000 para 7% em 2010. Já a população de 80 a 89 anos de idade dobrou, de 1% em 2000 para 2% em 2010.

Menos adolescentes grávidas

A proporção de adolescentes entre as mulheres grávidas da cidade caiu de 17,61% em 2000 para 9,7% em 2015, praticamente a metade da taxa nacional.

Mas os veículos crescem sem parar

A frota da cidade cresceu em velocidade mais rápida que a população. A proporção era de um veículo a cada três pessoas (32,9%) em 2004, com menos de 340 mil habitantes, e passou para um para cada duas pessoas (49,75%) em 2016, com mais de 400 mil. Sem contar os visitantes.

E as árvores das ruas são vítimas

Na cidade da Serra do Japi e da Terra da Uva, a arborização urbana das vias públicas está em 81,6% – o que a coloca no 2.289º lugar nacional e 481º lugar estadual. Não por menos, as autorizações de supressão de árvore pedida por moradores foi um dos tópicos mais frequentes da Imprensa Oficial em 2017.

Economia geral cresceu

O PIB per capita (por pessoa) triplicou e dez anos e passou de R$ 31.565,34 em 2004 para R$ 93.978,27 em 2014, mesmo com o aumento da população. Uma questão invisível é a proporção que gira na economia local ou que segue para fora como remessa de lucros.

E a renda geral é menor

Os domicílios com renda por pessoa (per capita) acima de 3 salários mínimos haviam caído de 39,8% em 2000 para 22,97% em 2010 e o mesmo ocorreu entre 2 a 3 salários mínimos por pessoa, de 16,6% para 14,64%. Por outro lado, os percentuais aumentaram para domicílios de renda por pessoa entre 1 e 2 salários mínimos (de 24,4% para 31,82%.), de ½ e 1 salário mínimo (12,6% para 20,19%) e de ¼ a ½ salário mínimo (3,6% para 6,27%).

Mas extrema pobreza diminuiu

O que parece ter diminuído era a faixa extrema menor de renda per capita, até ¼ de salário mínimo por pessoa. Caiu de 2,9% em 2000 para 1,37%. em 2010 (embora outros 2,71% apareciam sem rendimento definido para mais ou para menos).

A desigualdade ficou na mesma

O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, permaneceu em 0,53 entre 2000 e 2010. Mas já foi menor em 1991, com 0,49.

Qualidade humana “cresceu”

O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – subiu de 0,744 (2000) para 0,822 (2010) somando os campos de renda, longevidade e educação.

Tarifa de ônibus pesa

O valor de uma tarifa de ônibus no bilhete único passou de 0,48% do salário mínimo de 2012 (R$ 3) para 0,42% do salário mínimo de 2018 (R$ 4). Mas como houve subsídio no período, o valor havia chegado a ser de apenas 0,32% em 2017. Esse modal, ao lado das bicicletas, deve ser um meio para reduzir a pressão dos veículos na infraestrutura urbana e ambiental.

Educação superou parcialmente a meta

A educação básica da cidade, pelo menos nos anos iniciais até 5ª série, passou no IDEB de 5,1 em 2005 para 6,8 em 2015, antecipando em quatro anos a meta prevista apenas para 2019. Mas ao incluir os anos finais da faixa entre seis e catorze anos de idade (que dependem de esforços estaduais) ficou em 98,2%, apenas no 286º lugar no Estado.

Cultura é (quase) um privilégio local

Uma pesquisa feita em 2014 pelo IBGE mostrou que apenas 10,4% dos 5.570 municípios brasileiros contavam com ao menos um cinema, 23,4% com pelos menos um teatro ou sala de espetáculos, 27,2% com museu e 37% com centro cultural. Jundiaí não apenas estava em todos os critérios como ampliou essa estrutura, mas ainda muito centralizada. Fora isso, é um excepcional celeiro de talentos. Já no campo da história mais de 5.500 cidades brasileiras simplesmente não podem alcançá-la: é uma das 50 cidades mais antigas de todo o país.

Migração parece aumentar

Os novos prédios e condomínios nos bairros tradicionais e até em zonas rurais e ambientais também atraíram novos moradores (ou substitutos daqueles que migraram para cidades vizinhas). Era a 15ª maior cidade do Estado de São Paulo e a 59ª maior cidade do Brasil em 2010, mas em 2017 a estimativa populacional da cidade já era de 409.497 pessoas, 39.371 habitantes a mais do que naquela ocasião, sete anos antes. É difícil precisar quantos são natos e quantos são radicados.

Mortes violentas também caíram

Um dos números mais importantes é o índice de mortes violentas, que baixou quase pela metade de 22,7 por 100 mil habitantes em 2008 para 13,4 por 100 mil habitantes em 2015.

Saneamento bom

O atendimento sanitário considerado adequado passou de 90,4% dos domicílios permanentes em 2000 para 93,2% em 2010.

Você vai dizer que tem muito número de 2010 e tal, mas são os mais atuais e precisam nos ajudar agora em 2018 a tomar outros rumos. Espero ter ajudado nesse debate da Jundiaí que todos queremos!

José Arnaldo de Oliveira é jornalista e sociólogo

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