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Jundiaqui

 UVA E SUA FESTA
17 de dezembro de 2020

UVA E SUA FESTA

Uma das 7 Maravilhas de Jundiaí se espalha por cerca de quinhentas propriedades da cidade

Traviú, Engordadouro, Bairro do Poste, Bom Jardim, Caxambu, Roseira, Champirra, Corrupira… se é uva daqui, é Niágara Rosada. É uma das 7 Maravilhas de Jundiaí!

Estima-se que mais de 23 mil toneladas da fruta sejam colhidas entre dezembro 2020 e janeiro de 2021 em mais de quinhentas propriedades rurais da cidade. É por isso que nos tornamos a Terra da Uva.

Lá nos primórdios, coisa de 1669, quando Jundiahy se escrevia com “h” e “y” e era apenas um povoado, o cartório do 1º Ofício já registrava em nossas terras a produção e a venda de vinho de uva. A variedade? Talvez nunca saibamos, mas comprova que a fruta está em nossa história há séculos.

Com a chegada dos imigrantes italianos, foi a uva Isabel que dominou a cena. Isso até que em 1933, a partir de uma mutação genética somática espontânea na região do Traviú, em meio à produção da Niágara Branca – a partir de uvas trazidas do Alabama, nos Estados Unidos -, surgisse a Niágara Rosada. Nasceu para brilhar. Em 1934 já ganhou uma festa só sua e desde então ajudou no desenvolvimento econômico do município. São mais de 10 milhões de pés, que representam 30% de toda a uva produzida no Estado de São Paulo, empregando direta ou indiretamente cerca de 8 mil pessoas.

A uva ainda tem o poder de defender a natureza. De aves a mamíferos, passando por rãs, veados e até onças, o cinturão verde de Jundiaí vai além da Serra do Japi graças, especialmente, aos produtores de uva.

E FEZ-SE O VINHO

Uma curiosidade marca a história da uva e está ligada à chegada dos italianos. É que a legislação de colonização era rigorosa e exigia que os imigrantes fossem lavradores – claro que muitos construtores e outros profissionais se inscreveram nessa categoria para que pudessem realizar o sonho de ter suas terras aqui. Mas muitos lavradores de verdade vieram entre os milhares de italianos e foram eles que espalharam a cultura da uva, especialmente para fazer o vinho. Algumas famílias se tornaram grandes produtores de vinho, entre elas a Cereser.

É FESTA

A primeira Festa da Uva de Jundiaí foi realizada em 1934 no Centro. Mais de 100 mil pessoas vieram para cá, encarando o desconforto em pequenas barracas e bebendo todo o vinho disponível no antigo Mercado Municipal – ainda assim foi um sucesso.

Em 1938, a comemoração passou para o Largo Santa Cruz (atual Praça da Bandeira) e, em 1947, para o Largo da Matriz (atual praça Governador Pedro de Toledo). Com a inauguração do Parque da Uva, em 1953, todas as outras edições da festa foram realizadas no Anhangabaú. Foi ali que passaram em 2020 aproximadamente 200 mil pessoas.

Em 2021 a festa foi adiada por conta da pandemia do novo coronavírus, mas está programada para acontecer entre finais de maio e meados de junho, com a safra de meio do ano da uva – menor que a de final de ano, mas também deliciosa.

Jundiaí ficou apenas um período sem comemorar a Festa da Uva, entre os anos de 1939 e 1947, por conta da 2ª Guerra Mundial. A rainha da edição mais antiga viva, com 92 anos, é Pompeia Fabrício. Ana Paula é a única negra eleita rainha.

Fotos: Edu Cerioni e Henrique Ramalho

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