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Jundiaqui

 Leandra comanda 3 mil empreendedores
7 de março de 2025

Leandra comanda 3 mil empreendedores

Por Edu Cerioni – Empresária, psicóloga, pedagoga, dona de escola e presidente da mais que centenária Associação Comercial Empresarial de Jundiaí, a primeira mulher da história a comandar a nossa ACE. Essa é Leandra Cristina Maia Diniz, 54 anos, também mãe da Natália e esposa do dr. Mauricio. E quer saber mais? “Sempre tive um viés de empreendedora, faço matrícula até na feira, no mercado… Vendi Natura, perfume importado, sempre fui sacoleira, sempre gostei de vender, de ter meu dinheiro próprio. Poderia ter me trancado como uma menina com deficiência física, mas nunca tive medo de nada. Eu tinha duas alternativas na vida: ficar chorando ou me jogar no mundo, fiz a escolha certa, não tenho dúvidas”, diz.

Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2025, o JundiAqui escolheu para homenagear a Leandra exatamente por essa sua coragem de enfrentar e superar desafios. Voluntária na presidência da ACE desde janeiro do ano passado, é quem tem a caneta, “e isso significa a maior responsabilidade”, como assegura, dentro de uma diretoria de seis e diante de um conselho fiscal de 30.

A ACE representa 3 mil associados, muitos que vêm recebendo pela primeira vez em seus comércios de bairro a visita do comando da entidade. Leandra foi este ano à Vila Arens, Ponte São João e vai seguir por Vianelo, Vila Hortolândia, Eloy Chaves. Pergunto se a choradeira é grande e ela assegura: “Pagamos muitas taxas, alvarás e impostos e a insegurança de ter portas abertas para a rua é assustadora”.

Ela assegura: “Não dá para eu ficar aqui sentada no ar-condicionada e fechar os olhos e imaginar que não é problema nosso, porque é sim. Estou aguardando há um bom tempo um horário com o prefeito eleito para que eu possa levar tudo que estamos observando e buscar junto soluções. Agora, se até o final de março eu não conseguir agenda, então vou para a Câmara, preciso encontrar maneiras de ajudar a melhorar nossa cidade e isso passa também por comércio ativo e forte. E se alguém reclamar, vou dizer: ‘Tentei agenda contigo (Gustavo) Martinelli e não consegui’. O que não dá é para ficar calada”.

A ACE fica na rua Rangel Pestana, no Centro, que ela usa de exemplo de dias ruins para empreendedores: “A Rangel tem incontáveis portas fechadas e tudo pichado, tem que haver punição para quem danifica o patrimônio alheio. Pichou, pintou. Não pintou, pagou”.

Leandra diz que “é de chorar ver tantas lojas fechadas por todas as ruas de comércio de Jundiaí, situação que não atribuo só por conta do crescimento do e-commerce, que se fortaleceu muito na pandemia e depois dela. Tem uma galera grande que gosta de ir para rua, mas não tem segurança, paga caro pelo estacionamento, enfrenta calçadas péssimas… o Poder Público precisa promover uma ação direcionada de incentivo para que o comércio permaneça de postas abertas. E isso é urgente!”

A associação, ela avisa, é apartidária, “mas temos responsabilidade de ser a voz do empreendedor”. Ela lembra que Martinelli e outros candidatos a prefeito e até para a Câmara tiveram espaço de apresentar suas propostas ali em sabatinas ralizadas ano passado. “Abrir as portas para ouvir candidatos e candidatas foi empolgante, todos crescemos e precisamos manter as conversas em alto nível para ir além agora. Quem sentou aqui desde 2016 honrou com honestidade e dignidade”.

“Somos a entidade mais antiga e representativa do comércio, com 102 anos completados em 23 de fevereiro”

PEGADA FEMININA

Para a presidente, a ACE ganhou “um frescor e se mostrou receptiva para todos, independente do gênero”. Ela assegura: “Acredito que um dos pontos mais importantes é o quanto esse contexto de associativismo é respeitado. O time recebeu de portas abertas a primeira mulher. Fui muito bem recebida, já vinha construindo um relacionamento, porque inclusão tem tudo a ver comigo, que sou a primeira mulher na presidência e com deficiência física. O legado que espero deixar é esse, o da importância de abrir as portas para o diferente hoje e sempre”.

Leandra chegou na ACE em 2017, na diretoria do presidente Elton Monteiro. Depois foram quatro anos de vice-presidência da gestão de Mark William Ormenese Monteiro, até a aclamação para comandar a entidade a partir de 1º de janeiro de 2024. E ela já avisou que embora o estatuto permita que concorra para ficar no cargo quatro anos, vai sair ao final deste 2025. “Já tinha avisado que era por dois anos e vou cumprir, mais pessoas precisam ter essa experiência fascinante”.

Espera deixar a presidência para outra mulher? A essa minha indagação, ela diz: “Tenho várias mulheres ao meu lado. Nossa equipe é predominantemente feminina desde o Elton e seguiu com o Mark, mas a presidência não sei se ninguém almejou ou se preparou antes de mim. Veja que não estou culpando os homens. Mas a mulher precisa se preparar, se dedicar, se esforçar muito para conseguir seu espaço e garanto que me sinto honrada, lisonjeada de representar as mulheres nessa história centenária, porque nós podemos estar aonde a gente quiser”.

Na sua visão, o mundo mudou e nem todos notaram ainda. “Por isso é que o Dia da Mulher é importante, tem relevância sim de existir, pois tem mulheres assumindo cargos que até pouco tempo atrás eram inimagináveis para nós. Mulheres estão fazendo grandes coisas e ter um dia de comemoração, que celebre isso e reescreva nossa história, agrega valor. Essas personalidades servem de espelho. As coisas mudaram em todo lugar, veja a praia, por exemplo. A mulher saiu da escravidão de só poder curtir aquela sem um único furo na perna, hoje todas jogamos um biquininho ou um biquinão e nos esbaldamos”.

VEM DE BERÇO

Leandra assumiu a presidência da entidade, cargo exercido de forma voluntária, e também se dedica ao Colégio Elíseos, do qual é sócia. Sua mãe, dona Tânia, é dona do Colégio Tableau. O pai Alfredo Maia era dona da Vidraçaria Maia. Ela conta que a filha Natália, 24 anos, tem o mesmo tino comercial.

“Logo espero ser avó e daí só vou curtir os netos”, diz sem acreditar muito, afinal fala que ainda vai ser voluntária na área oncológica. No anos 90, quando se formou em Psicologia Hospitalar, ela trabalhou quatro anos com pacientes infantis e oito anos com adultos que tinham câncer. “O voluntariado é tão precioso, talvez algumas pessoas interpretem de outra forma, mas estão equivocadas. Se podemos ajudar, vamos ajudar”. A trajetória na área de educação começou em 1998 e, em 2010, formou-se em Pedagogia.

No Colégio Elíseos, Leandra assegura que o ano começou de uma forma diferente para melhor, com o foco dos alunos realmente na aprendizagem, com muita interação social. “Essa história de usar o celular se tornou inegociável desde janeiro, adotamos um tratamento radical. Só três foram pegos usando o celular até agora e seus pais foram chamados na diretoria. Eu digo que é um processo de desintoxicação, complicado pela abstinência, mas já superado”.

Seus alunos, um total de 500, estão mais ativos no basquete, no vôlei, o intervalo tem jogos lúdicos e muita conversa. Era alto índice de ida no banheiro, eu até brincava que o povo estava com incontinência urinária, porque essa mijadeira o dia todo não era comum. Até isso parou. Espero que se mantenha, estamos no caminho certo, uma vez que só a educação pode melhorar um país”.

Sua única preocupação é que, embora a Covid-19 tenha ficado para trás, claro que com muitas baixas, as pessoas parecem ter esquecido a dor e o sofrimento, uma vez que relexaram com todos os cuidados, um perigo em suas visão. “O cara espirra em cima de você como se fosse algo comum, não dá, tampa a boca meu caro. Perderam o medo, mas a ameaça continua”.

FLAGRANTES E RETRATOS

Aqui, Leandra com familiares e com empreendedores em diversos momentos de 2016 para cá, passando pelo Natal no Centro de 2024, em que aparece na janela do Solar do Barão, e até o Baile do Havaí do CJ 2025 em registros do JundiAqui:

Fotos: Edu Cerioni e Gilberto Freitas/Divulgação
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