
Ferrovia Santos-Jundiaí tem museu… no Litoral
A Prefeitura de Santos lança o maior museu ferroviário da América Latina, projeto que promete transformar a cidade em referência no resgate e valorização da história dos trens no Brasil, destacando a Estrada de Ferro Santos a Jundiaí. Essa nasceu em fevereiro de 1867 como The São Paulo Railway (SPR), pioneira em solo paulista e ligando nossa cidade ao porto – por seus trilhos hoje só carga e passageiros das Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa da CPTM.
A proposta se inspira no National Railway Museum (Reino Unido), o Cité du Train (França) e o Illinois Railway Museum (EUA). O objetivo é posicionar o novo museu como o quinto maior do mundo, tanto em área quanto em acervo.
O projeto integrará a atual linha turística de bondes, que percorre o Centro Histórico da cidade, a novos espaços expositivos permanentes. Entre eles, está o Armazém de Bagagens da antiga Estação do Valongo, que já está em fase de licitação por meio de parceria com o Governo do Estado, dentro do Programa de Turismo Ferroviário de São Paulo.
“Nosso investimento envolve a restauração dos armazéns e a compra de locomotivas e composições. Então vai ser um museu ferroviário no qual vamos mostrar os bondes e toda a história da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí”, afirmou o prefeito Rogério Santos.
O museu será um equipamento cultural moderno, com curadoria especializada, pesquisa histórica, ações educativas e restauro técnico. O acervo vai muito além de locomotivas e bondes — incluirá também vagões de carga, carros de manutenção, peças mecânicas, mobiliário, uniformes, bilhetes, mapas, fotografias e documentos históricos, oferecendo uma narrativa ampla sobre o papel das ferrovias no desenvolvimento do país.
“Esse museu não é apenas sobre trens — é sobre a nossa história, nossa identidade e sobre como a ferrovia moldou nossa região. Ao mesmo tempo, é um projeto moderno, com potencial turístico e econômico enorme. Estamos criando algo que o país ainda não tem e que será um orgulho internacional”, declarou Thales Veiga, assessor técnico e coordenador do projeto.
O museu já conta com 13 bondes históricos vindos de países como Portugal, Itália e Japão. Também fazem parte do acervo três carros ferroviários da antiga Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, tombados pelo Condephaat como patrimônio histórico. A Prefeitura segue negociando com diversos órgãos para ampliar esse acervo, com a expectativa de incorporar mais 13 veículos até o fim do ano.
A previsão é que o museu comece a receber exposições itinerantes já em 2025, com inauguração oficial por etapas nos anos seguintes.