Árvore símbolo de resistência não resistiu
Por Edu Cerioni e José Arnaldo de Oliveira – A árvore gigante vizinha da Ponte Torta, aos pés do Escadão, desapareceu.

Isso aconteceu 14 anos depois de ser salva, ao virar notícia do jornal “BOM DIA”, em 2011. Sofreu talvez a poda mais extrema de sua vida no começo de outubro e, logo a seguir, acabou sendo vítima do fogo, quando foi cortada novamente por equipe de Parques e Jardins da Prefeitura de Jundiaí.

Em 2011, o governo de Miguel Haddad planejou retirar essa árvore de nome científico Ficus Elástica e apelidada de Falsa Seringueira, mas foi demovido da ideia quando ela ilustrou o jornal no Dia do Meio Ambiente, 6 de junho.

Naquela época, o “BOM DIA” já dava o recado, fazendo um contraponto em duas páginas diferentes: a capa verde e a página 3 em preto e branco. O recado dos editores: a natureza precisa ser cuidada com carinho.

Ela fazia parte de um complexo histórico e ambiental que se estende ao bosque da encosta do Escadão, às bordas do rio e às vilas Argos Nova e Velha, além da própria Argos.
Não se sabe ao certo a idade que essa Ficus Elástica da margem do rio Guapeva tinha, mas sim que um exemplar dessa espécie, em condições ideais, pode viver até 100 anos. Estava ali há pelo menos umas cinco décadas. Chega a até 20 metros de altura e o triplo ou mais do que isso em seu habitat natural, a Ásia. Há casos na Índia em que as raízes são guiadas como pontes vivas sobre rios.

Outra falsa seringueira que também foi radicalmente podada fica na margem do rio Jundiaí, logo na entrada da Ponte São João (foto acima). Diferentemente, seguem gigantes e vistosas duas dessas árvores dentro do Complexo Argos (foto abaixo).

Marco Antônio Martins de Azevedo lembra que brincou muito embaixo dela quando criança. A artesã Rosane Russi, a Bita, citou rodas de maracatu em torno dela. Márcio Galafassi suspeita de fogo criminoso. Ale Rosman cita concentrações de dependentes químicos ali. Todos concordam: “Era linda”.
Monica Leite fez questão de usar a árvore em suas fotos de casamento. Márcio Roberto de Faria lembra que, antes da demolição dos casarões da rua José do Patrocínio, ficava nos fundos do Rappa e, enquanto seu pai carregava o caminhão, ficava subindo nela. “Todo mundo de coração apertado”, resume a agente de turismo Mary Bueno. “A natureza está em prantos”, acrescenta Mônica Galdino. E Márcio Bellini define a árvore como um dos “cauchos” mais bonitos de Jundiaí.

One thought on “Árvore símbolo de resistência não resistiu”
Como sempre um deleite percorrer as notícias de Jundiaqui e ficar sabendo dos acontecimentos.