49 anos depois, Divino deixa basquete feminino
Sem apoio financeiro, dá adeus ao trabalho que sempre revelou atletas para a seleção
O Colégio Divino Salvador encerra o trabalho com basquete feminino após 49 anos de história vitoriosa.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (13) pelo padre Samuel Cruz, diretor do colégio, e chega em um momento triste para nosso esporte, que sequer vai disputar os Jogos Regionais e que vê o Paulista Futebol Clube afundado em problemas dentro e fora de campo.
Verdadeiro patrimônio jundiaiense, o basquete do Divino acaba por falta de parceiros. Os investimentos que os salvatorianos vinham fazendo no basquete, diz padre Samuel, irão para projeto social com viés no esporte e que hoje atende crianças e jovens de 500 famílias em Várzea Paulista.
O Divino lapidou uma das maiores jogadoras de todos os tempos, Magic Paula, que veio para cá em 1976 aos 14 anos e ficou até 1979, retornando depois já como uma estrela. São memoráveis os duelos particulares dela com a Rainha Hortência (as duas em quadra na foto acima).
O grande trunfo internacional do Divino é o Campeonato Sul-Americano de 1990. Por sinal, o time foi bicampeão Brasileiro e Paulista em 1989/90, anos em que se chamou Cica/Divino e depois Perdigão/Divino e contou com Janeth (foto abaixo) e Martha.
Até norte-americana defendeu o time, caso de Brantly. E são destaques também as irmãs Luz: Cíntia, Helen e Silvinha.
Também brilhou nas categorias de base, formando dezenas de atletas para a seleção brasileira, nos tempos de Divino/COC.
O padre Olivo Binotto, falecido, era o grande incentivador do basquete e teve como auxiliares, entre outros, Nestor Mostério, Norberto Borracha e Luis Cláudio Tarallo, que chegou a comandar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, quando das 12 jogadoras seis tinham sido reveladas aqui.
O Divino ainda sob o comando de Tarallo, colunista do JundiAqui, joga este mês as fases finais do Campeonato Paulista 1ª Divisão.