André Pessini Raymundo Ferrnandes é o novo nome de Val Junior, que agora se dedica totalmente às artes plásticas e até dia 16 de novembro tem exposição com 40 quadros em Jundiaí.

Muita cor, vibração, diferentes estilos juntos e misturados, como é a vida desse jundiaiense que já fez TV, coluna social em jornal, foi dono de bares, criou bloco de Carnaval, morou na Inglaterra e na Grécia, é pai solo do Gabriel, por opção como gosta de frisar, e acaba de encarar e vencer um câncer. Esse último assunto ele só falou até agora com o JundiAqui e se emocionou. Outra revelação: não vai ter Chupa que é de Uva em 2024. A única coisa que não fala é a idade…

André Val Junior assegura que não consegue ficar parado e o que o inspira a pintar e a desenhar são as cores da natureza, inclusive a exposição se chama “Todas as Cores”. Ele diz que é tocado muito pelo mar, pelo céu, as várias nuances, a luz do sol e as mudanças que traz a um mesmo ambiente e é o que tenta levar à tela. “Não é mais um hobby só, está saindo do meu estúdio para todo lugar, recebo chamados até da Europa”.

Já fez coletivas e agora as redes sociais estão abrindo muitas possibilidades de apresentar as obras mundo afora. Acessível? “Arte o comprador tem que gostar, e muito, ter espaço para exibir, ela precisa tocar a alma. Na mostra tem telas de R$ 450 a R$ 2,5 mil. Tudo em três vezes”, lembra.

A pintura não é novidade para ele, lá se vão 30 anos já… Os primeiros 15 quadros foram expostos no Bar Paraty que era dono. Foram todos vendidos, ele até brinca que o pessoal bebia e se animava a investir. Hoje revê os trabalhos sem saudosismo, porque lembra que era outra fase, “tudo mudou”. Sobre reunir 40 quadros, diz: “Ninguém pinta há um ano e já sai fazendo 40 telas do dia para a noite. Eu venho me dedicando há muito e com o maior respeito aos grandes artistas da cidade. Estou me aperfeiçoando, melhorando a técnica”.

Muitas das telas em exposição foram feitas no tempo em que se recolheu para a recuperação da cirurgia no primeiro semestre. Ele conta: “Sai do susto ao sonho e estou aqui botando pra fora tudo que faço há tantos anos. Eu tive câncer, descobri e comecei a tratar em janeiro. Não fiquei doente, não me senti doente. Descobri em um exame de rotina, fiz uma colonoscopia, achava que era um pólipo no início, mas não era só isso, estava difícil de ser retirado e teve que ser cirúrgico. A biopsia mostrou que não era coisa boa. Momento complicado viu, você foca nisso, mas conseguia abstrair pintando. Estou totalmente recuperado. Graças a Deus acabou aí a doença. Tirou com margem de segurança”.

Val Junior não vê problema em ser chamado assim pelos amigos e explica a troca do nome que era Dorival Raymundo Junior: “Eu tinha o nome do meu pai e não gostava de ser chamado assim. Meu pai foi importante na região, teve cartório, era o prefeitão de Itupeva, um ficha limpa e temos muito orgulho disso, mas esse nome era dele. Sempre quis trocar de nome, é uma história cumprida. Fui no cartório, paguei R$ 180 e escolhi o nome André. Simpatizo desde criança e tenho, inclusive, um bisavô André. Ia para São Paulo e me perguntavam meu nome e eu não consegui falar Dorival e o Val soava estranho. Agora falo André de boca cheia. Fiquei com meu nome certo”.

Outra certeza é de que o bloco Chupa que é de Uva vai dar uma pausa em 2024, talvez voltando mais à frente ou não. Val ensaiou de passar o comando da folia a outros, mas o tempo voou e isso não aconteceu. Agora, ele acredita que ficou muito em cima para promover o desfile em 3 de fevereiro, já que não fez festa para arrecadar verba e é grande a burocracia imposta pelas autoridades em Jundiaí. “Já foram dez anos, agora estou em outra”, avisa.

A dica de Val: “Faça tudo que tem vontade, muda de nome, muda de cidade, muda de marido… a vida é uma só, aproveite cada instante”.

Veja essa entrevista completa em vídeo no Youtube – click aqui.

Serviço: “Todas as Cores” – visitação gratuita até 16 de novembro, de segunda a sexta das 9h às 17h e no sábado das 9h às 14h. O Depósito Moringa fica na avenida 14 de Dezembro, 786.

Fotos: Edu Cerioni e Rodrigo Palladino