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 João Bosco e Hamilton de Holanda: Jundiaí merece presentes como este
17 de setembro de 2022

João Bosco e Hamilton de Holanda: Jundiaí merece presentes como este

Edu Cerioni – A união do violão e voz de João Bosco ao bandolim de Hamilton de Holanda encantou e emocionou Jundiaí nesta noite de sexta (16), no Sesc.

“Eu vou pro Samba” levou o público, todos os 700 ingressos vendidos, a revisitar o repertório fantástico do próprio João e também a canções eternas de Ary Barroso e Dorival Caymmi. Até um toque espanhol teve em meio a músicas que todos conheciam e cantaram junto. A dupla agradeceu o afinado coral como em “Chega de Saudade”, de Tom Jobim.

Às 20h13, João todo de preto, inclusive boina, e Hamilton de branco, com um lenço no pescoço, subiram ao palco do ginásio arrancando palmas, dando mostras de que a noite seria mágica. E foi isso que se viu por 90 minutos. E olha que o show começou com “Incompatibilidade de Gênios” – imagina se houvesse compatibilidade então…

O bandolim encantado de Hamilton se uniu com precisão ao violão de João, um dueto instrumental que fica marcado na história do Sesc Jundiaí. Hamilton Ramalho, o Gariba, músico da cidade, se disse impactado. Outros feras como Claudinei Duran, Telma Costa, Paulo Silva, João Carlos de Lucca e Cassiano também tiraram o chapéu para a dupla. “Me parece que o instrumental, quanto mais velho o artista, melhor”, resumiu o sentimento de todos o jornalista José Arnaldo de Oliveira.

Marcola, percursionista e dono do estúdio Som da Terra, lembrou que João Bosco abaixou o tom para cantar, mas segue poderoso, como se ouviu em “De Frente Pro Crime”, que diz “Tá lá o corpo estendido no chão / Em vez de rosto, uma foto de um gol / Em vez de reza, uma praga de alguém / E um silêncio servindo de amém…”. Silêncio esse quebrado por palmas. Muitas palmas!

Em meio a tantos sambas e o melhor da MPB, teve um solo de Hamilton de Holanda que arrepiou, em “Concerto de Aranjuez”, de Joaquim Rodrigo. João engatou um “nova granada de Espanha”, com a sua composição “Corsário”.

Também foi simplesmente maravilhoso quando a dupla interpretou “Jade”, cuja letra diz “Vou te eleger, vou me despejar de prazer”. Por falar em eleger, foram duas as vezes que uma voz do público soou mais alto que a do cantor, ambas em demonstrações políticas: um gritou “Fora Bolsonaro” quando a canção falava de Brasil e no final, quando João cantava “Brasil que sonha com a volta do irmão do Henfil”, outro fã soltou um “Com a volta do Lula!”, sendo ovacionado.

Vi desde crianças de 5 anos a cabelinhos brancos na faixa dos 80 no ginásio em noite fria de muito calor humano.

O coro voltou a brilhar em “Papel Machê”, com os 700 presentes cantando “Cores do mar, festa do Sol / Vida é fazer / Todo o sonho brilhar / Ser feliz”, que encerrou o show irretocável, do qual todo mundo saiu feliz.

E aqui alguns registros: 1) Foi fácil estacionar e de graça; um achado o orientador na entrada indicando lugares vagos e desejando um “ótimo espetáculo”. 2) Foram vários pontos para trocar o QR-Code pela pulseira, facilitando a entrada e o vai-e-vém ao bar. 3) Quem tem credencial plena pagou míseros R$ 9,00 para uma noitada histórica. Quem investiu mais foi de apenas R$ 30,00. 4) Dia 30 de setembro é a vez de Paulo Miklos e em outubro tem jazz internacional e Nenhum de Nós. 5 e último) Jundiaí merece coisa boa a preço justo: palmas ao Sesc!

A foto é de Cláudia Begiatto.

 

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