
Argemiro Saviolli: o belo e o místico
Por Edu Cerioni – “Místico – 30 Segundos de Reflexão” é o título de uma obra do mestre Argemiro Saviolli. Outros trabalhos – não se sabe ao certo quantos já foram produzidos – carregam sentimentos como paz, felicidade…
Jundiaiense por adoção, Argemiro dá show de criatividade em pequenos pedaços de materiais, como no papelão que vem junto com uma barra de chocolate, em um prendedor de roupas e assim por diante. Cabe em tudo seu grande talento para pintar e nos tocar.
Pode ser uma rua tranquila ou um olhar que se cruza o ponto de partida para mais uma viagem marcada pela mistura de cores, formas e luzes. Graças a um talento único, ele encaixa uma pincelada daqui, outra dali e faz surgir a mais pura arte. Isso salta aos olhos do observador. E por mais rápido que este passe pela obra, está vai lhe oferecer algo de bom. Assim é a arte de Argemiro, assim ele leva sua vida no Jardim Rio Branco.
Filho de camponeses que trabalhavam em plantações de café, pegou gosto cedo pela pintura. A família veio de Indaiatuba para Jundiaí e aqui Argemiro fincou raízes profundas. Criou sua família e levou o nome da cidade para bem longe, em galerias e museus de toda parte.
Generoso, fazia com muito gosto, como lembra, o trabalho de colorir deveres escolares dos coleguinhas. Claro que os trocados que recebia serviam para motivá-lo ainda mais.
Amigos nunca faltaram em sua caminhada, alguns famosos artistas de São Paulo ou do estrangeiro, gente com quem ele assegura sempre ter aprendido muito. Até que virou mestre do giz e pastel oleoso sobre papel.
É reverenciado como um dos melhores desenhistas do Brasil, quer com grafite, nanquim, carvão, aquarela ou lápis de cor. E isso mesmo fazendo o que se chama de “miniarte” – obras de até 40 x 60 cm.
Alguns desenhos são feitos em casca de ovo de avestruz, sendo incrível a quantidade de detalhes que vai lançando mão a cada nova criação.
Argemiro cursou Desenho de Arquitetura na Escola de Tecnologia de Campinas e teve a oportunidade de colaborar com importantes arquitetos paulistanos. Ele participou de diversas exposições coletivas e individuais pelo Brasil e exterior, apresentando suas casas, capelas, barcos, bicicletas ou peixes, numa simplicidade poética poucas vezes vistas.