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Jundiaqui

 Advogada Ana: em 7 segundos rumo ao Oscar
25 de janeiro de 2025

Advogada Ana: em 7 segundos rumo ao Oscar

Ana Carolina Augusto é uma jundiaiense que aparece no filme “Ainda estou aqui”. Foi figurante que se vê em dois momentos em um total de 7 segundos. Pouco? O bastante para fazer história e sonhar com o Oscar 2025.

Advogada, ela faz o papel de advogada. Soube depois do convite que o diretor Walter Salles gosta de chamar figurantes que sejam da mesma profissão que vão representar, assim médico na dramaturgia é médico na vida real etc.

A primeira aparição é na praça e a segunda já dentro do Fórum João Mendes Junior, em São Paulo. Fora ficou bem de longe a tomada de câmera, mas o reconhecimento de que é Ana Carolina vem na cena interna.

A advogada usa calça marron e blazer bege à espera do elevador quando Eunice, a protagonista vivida por Fernanda Torres, chega com dois de seus filhos para receber o tão batalhado atestado de óbito de Rubens Paiva. Corria o ano de 1996 quando o Brasil, enfim, reconheceu a morte do ex-deputado, tirado de dentro de sua casa em 1971 pela polícia do exército em plena ditadura, sendo depois torturado e morto, sem que se saiba até hoje do paradeiro do corpo.

“Loucura!” Foi assim que Ana Carolina definiu o convite para fazer o filme. Um amigo da faculdade a chamou e pediu uma foto para enviar à equipe de direção, que a aprovou. “Não sabia de nada do que se tratava e hoje o filme coloca o Brasil em três categorias no Oscar. Como dizer que não é uma loucura?”.

A advogada fez o teste do figurino em uma semana, escolhido pela produção, e na seguinte gravou suas cenas. “Foi ali na hora que vi a Fernanda e fui saber de que história se tratava e toda a importância que tem para o resgate da memória brasileira. Fiquei empolgada com a agitação toda. Agora é torcer para que seja premiado”.

Ana Carolina Augusto tem 24 anos e se formou em 2023 – passou no exame da OAB antes do termino faculdade em São Paulo – e hoje trabalha na FRG Consultoria, com foco em propriedade intelectual, marcas e patentes.

A moradora do Jardim Estádio já foi várias vezes ao cinema ver “Ainda estou aqui” e diz que são sempre novas emoções.

REPARAÇÃO HISTÓRICA

O atestado de óbito de 1996 não trazia a causa da morte, espaço deixado em branco, algo que só mudou neste 24 de janeiro de 2025. Uma nova versão foi oferecida aos familiares de Rubens Paiva, emitido pelo Cartório da Sé, constando a seguinte informação: “Morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”.

Já Eunice faleceu aos 86 anos, em dezembro de 2018, em São Paulo, depois de uma década sofrendo com o Alzheimer. Foi uma das responsáveis pela promulgação da Lei que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas durante a ditadura militar.

Fotos: Arquivo pessoal e reprodução
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