Pelo chef Manuel Alves Filho, o Manu

Fiz uma brincadeira gastronômica com os amigos Paulo Henrique Mazzucco Fontes, Luigi Gomes Fontes, Alexandre Fubá e Emerson Rodrigo Greggio. Avisei que iria almoçar com eles e que levaria a comida. Inventei que havia desenvolvido uma receita nova de rabada, que ficava muito saborosa, mas muito mais leve e menos engordurada que as tradicionais. Todos ficaram curiosos.

Pedi para que o Paulinho fizesse a polenta, e lá fui eu para a refeição. A tal “rabada light”, na realidade, era pescoço de peru, que apresenta uma anatomia parecida com a do rabo bovino – osso central contornado por carne.

Preparei assim a receita: selei o pescoço de peru em azeite e depois somei cebola, alho, salsão, pimenta dedo-de-moça, alho-poró, cenoura e sal. Refoguei bem e juntei tomates. Refoguei mais um pouco.

Na sequência, cobri a carne com água e cozinhei por 1h30 hora na caçarola, em fogo delicado. Por último, corrigi o sal e adicionei bastante cheiro-verde.

A rabada fake fez bastante sucesso entre os convidados, que a consideraram saborosa e levíssima. Depois que todo mundo se fartou, revelei o que eles de fato haviam comido. Todos ficaram surpresos, sendo que o Fubá admitiu que se fosse avisado antes da verdade, certamente não provaria o prato.

A brincadeira provou na prática o que sempre digo em meus textos, cursos e palestras. É preciso se dar o direito de experimentar todos os pratos, para se certificar de que realmente não aprecia este ou aquele. Desgostar de algo que sequer foi provado é, no mínimo, desperdício de oportunidade.

Em tempo: o pescoço de peru custa a metade do preço do rabo bovino e apresenta, com pequenas nuances, características próximas as da rabada.