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Jundiaqui

 Bar do Casarini ferve na Vila Rio Branco
19 de maio de 2017

Bar do Casarini ferve na Vila Rio Branco

Irmãos tocam o boteco e a vida com festa. Noites de quarta e manhãs de domingo são com tira gosto de graça e som de uma boa viola

Edu Cerioni

O nome do bar diz tudo: Recanto da Viola. É ali que os irmãos Sebastião e Nelson Cassari colecionam amigos já há 33 anos, rua Paulista, na Vila Rio Branco. Mais conhecido como Bar do Casarini, por conta do nome artístico do violeiro Sebastião, é reduto de muita gente.

Dezenas se ajeitam em um pequeno espaço, nas noites de quarta-feira e domingos (a partir das 10h e até por volta das 16h). É quando tem música ao vivo e uma “boca-livre” com carne, linguiça, batata assada e outros beliscos.

A pessoa paga a cerveja – e elas descem redondo – e entra na festa. O churrasco é saboroso, de carne macia, como pude comprovar umas noite dessas.

“Eu recomendo”, diz Amadeu Geraldo Caum, empresário que frequenta o Bar do Casarini de longa data. “O ambiente é simples, tem os amigos, famílias inteiras e os irmãos sabem cativar a gente”, completa.

Jamiro Ferreira dos Santos tem uma definição para os dois grandes eventos da semana ali: “Na quarta é noite do ‘Fome Zero’ e o domingo é da cerveja que desce como música”.

Entre o corte de uma carninha e o descascar de uma batata, Nelson conta que a casa tem horário para abrir, diariamente às 8h30, mas que fechar depende de um regulador, que é a cerveja.

“O normal é ir até 22h30, mas na quarta enquanto não acabar o estoque o pessoal não sai daqui”, conta. Muitos são vizinhos da rua sem saída que dá nos trilhos do trem, mas outros tantos saem de longe para ir curtir ali.

“A gente vem em família e é diversão na certa”, explica Elisete Lombati, ao lado do marido e filhos na mesa. “Bar tem que ser assim, ser ponto de encontro, onde a gente pode se divertir muito”, diz Luiz Antonio Lombati. Eles moram do outro lado da cidade, perto da Malota.

Mais gente vai chegando…

Se o bar já é um trintão, o carteiro Toninho ‘Animal’ o descobriu há cerca de 5 anos. Veio de Presidente Prudente para Jundiaí e achou ali seu lugar.

“Me identifiquei com tudo e todos”, fala, enquanto marca mais um número de rifa. A noite toda rola uma rifa, cujo ganhador é conhecido em minutos. Pode ser presenteado com meia dúzia de cerveja, pode ser um assado ou até um CD de música caipira. Não falta criatividade para os donos do pedaço.

A exemplo do carteiro, também a dupla escolheu Jundiaí para viver. Sebastião, 57 anos, e Nelson, 56, vieram para cá trabalhar como motorista e ajudante em entregas de bebidas. Moravam em Catanduva. Deixaram o emprego, mas não a Jundiaí que os acolheu. Abriram o bar nos anos 80 e dividem o tempo atrás do balcão desde então.

Pequeno de coração grande

O Recanto da Viola deve medir cerca de 5 metros de largura por uns 8m de fundos. Tem ainda um “puxadinho” na frente, onde ficam duas churrasqueiras. Fica pequeno para tanta gente nos domingos e lota também nas quartas. Nos demais dias, a frequência é menor, mas nada que alguém vá se sentir solitário ali.

Salta aos olhos o número de garrafas de Vila Velha que ocupam uma prateleira dos fundos. São muitas enfileiradas. Tem também um lampião para alguma emergência de queda de luz.

Mais chamativo só mesmo o painel de cartazes, fotos e capas de discos e CDs em uma parede lateral. O Casarini violeiro é umas das figuras com cadeira cativa ali – em breve o JundiAqui trará a história dele e suas canções sertanejas.

Há inda uma mesa de sinuca no centro e um balcão nos fundos, com uma geladeira de cerveja do lado de fora. O próprio freguês se serve da gelada que mais lhe agrada. “E todo mundo avisa que pegou pra eu marcar, tudo gente boa”, diz Sebastião, que tem uma cara redonda de gente boa, com uma cabeleira preta encaracolada. Uma figura à primeira vista.

Nelson, bem alto, é mais quieto, mas não menos atencioso com as pessoas. Uma dessas é Cacolé, apontado por ele como “nosso cliente número 1”. É o apelido de José Donizete, que ri dessa história mas não se arrisca a perder o trono: assim, vai ao bar todos os dias, com frio ou calor, sol ou chuva.

Quem bate cartão nas quartas à noite é Celso Arantes. Ele sai da Faculdade Anhanguera, onde dá aulas, e faz sua horinha lá. O político morou em uma casa já demolida na esquina lateral do bar.

Diz ter “saudades da velha Rio Branco” e aproveita para cobrar em nome do futuro do bairro: “Já tenho pedido na Prefeitura para que sejam instaladas galerias de água e esgoto, que o asfalto venha para essa rua e as outras próximas, me ajuda a cobrar essas obras”.

Para o radialista Medeiros, também assíduo da casa, o que torna especial o Bar do Casarini é que “é tudo gente nossa aqui”.

Uma curiosidade no “boca-livre” é que ninguém pode reclamar que não comeu, pois até o cachorro da casa vizinha ganha pedaços de carne conforme a noite avança, das mãos mais diversas – também, pudera, não dá um latido sequer para atravessar o som.

SERVIÇO

Bar Recanto da Viola (Bar do Casarini)

Rua Paulista, 91, Vila Rio Branco

Abre todos os dias das 8h30 às 22h30, exceto aos domingos quando funciona até 16h30.

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