Por Edu Cerioni – A 40ª Festa da Uva de Jundiaí deu largada a seus 13 dias de muita música, diversão, com aromas e sabores que se espalham pelos cerca de 50 mil m² do Parque Comendador Antonio Carbonari até 16 de fevereiro, de sexta a domingo. E começou nesta quinta (23) com encontros e reencontros. É a tradição de nossa Terra da Uva, que há 91 anos tem sua festa e desde 2023 conseguiu a Indicação Geográfica, o maior selo de qualidade, da Uva Niágara Rosada Jundiahy.

Com um tercinho no bolso, sinal de fé, e a presença do bispo Dom Arnaldo Cavalheiro, o prefeito Gustavo Martinelli disse em seu discurso que vivia um momento histórico: “É hora de celebrar a nossa cultura, nossa história e nossa gente. E aqui reforçamos o compromisso de valorizar os produtores de uva e vinho, as entidades assistenciais da cidade e as famílias”.

Marcela Moro, em sua 11ª festa e finalmente com a palavra em microfone (era diretora de Turismo e agora assumiu o comando do Agronegócio, Abastecimento e Turismo), deu o toque de emoção na abertura. “A mulher que revolucionou a festa”, como lembrou Renê Tomasetto, o presidente da Associação Agrícola de Jundiaí, ganhou o devido lugar no palco. E falou bonito…

Agradeceu a presença da mãe e descreveu o orgulho de estar ali e ter as filhas na plateia, elas que todo janeiro e fevereiro pouco a veem em casa, mas sabem que é por uma boa razão, coordenar a festa que se tornou nosso maior patrimônio cultural. Agregadora e alguém que reconhece os feitos dos outros, não teve dúvidas de pegar a lista de nomes dos colaboradores de sua pasta e agradecer um por um por terem conseguido em coisa de vinte dias preparar uma festa que se apresenta fantástica.

“A Festa da Uva e Expo Vinhos é uma política pública de fomento à produção e ao turismo locais e que traz a cada edição uma trajetória de fortalecimento e inovação e sem custo ao visitante. Nosso compromisso é o de honrar os guardiões da Uva Niagara Rosada e destacar a importância de todas as comunidades que contribuíram para o crescimento da nossa cidade e da festa”.

Marcela ainda citou como novidade este ano a inclusão da Rota Turística Afro, com arte, beleza e culinária da comunidade negra em um espaço destacado no parque.

Renê Tomasetto lembrou da importância dos agricultores para manter o equilíbrio de Jundiaí entre zonas urbana e rural e assegurou que tem muita uva, bonita e docinha, esperando pelos visitantes do mundo todo.

A secretária de Cultura, Clarina Fasanaro, falou da importância da valorização do artista. “Nosso objetivo na festa é o de colocar o artista local no lugar de brilho que ele merece”.

No meio do público, como você vai notar nas fotos abaixo, muita gente foi à abertura usando camiseta de sua escola de samba. Os sambistas não aceitam que os desfiles estejam suspensos este ano, com somente os blocos de Carnaval nas ruas.

O presidente da Lijunes, Everson Metal, inclusive, conversou bastante com Martinelli no final da noite, mas sem receber nenhuma promessa. Clarina me disse que destinar R$ 400 mil às escolas de samba implicaria em liberar metade de toda a verba que a Cultura tem para trabalhar este ano, “algo impensável”. Ela lembrou que as escolas já vão receber cachês por suas apresentações na própria Festa da Uva.

Depois da conversa com Metal, Martinelli foi experimentar o Vinho do Papa, feito pelos Maziero, e brincou: “Até de Luiz me chamaram hoje, então tudo é festa”. Ele se referiu ao discurso de Luciane Leite, representando a Secretaria Estadual de Turismo e Viagens. Ela abriu fala com um “Luiz (pausa) Gustavo Martinelli”, se corrigindo antes de soltar o Fernando Machado, prefeito nas últimas oito edições.

A alegra música italiana na pisa da uva correu solta e volta a se repetir nos próximos dias.

A festa segue em 24, 25, 26 e 31 de janeiro e 1º, 2, 7, 8, 9, 14, 15 e 16 de fevereiro, às sextas das 18h às 22h, aos sábados das 10h às 22h e aos domingos, das 10h às 21h. É na avenida Jundiaí, Anhangabaú. A entrada é gratuita, mas o visitante pode doar alimento não perecível para destinação ao Fundo Social de Solidariedade.

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