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Jundiaqui

 Pelo menos desde 1906 italianos fazem festa em Jundiaí: tradição resiste até à pandemia
16 de maio de 2020

Pelo menos desde 1906 italianos fazem festa em Jundiaí: tradição resiste até à pandemia

Clube Jundiaiense convida para uma grande celebração neste domingo, mesmo que virtualmente

A foto acima é de 1906 e marca uma reunião de imigrantes italianos com seus instrumentos musicais prontos para festejarem a vida em sua nova terra, Jundiahy. A cidade perdeu o “h” e o “y” do nome, sua população se multiplicou várias vezes, mas sem nunca deixar morrer essa tradição. Em tempos de pandemia pelo novo coronavírus, a Festa Italiana 2020 acontece graças a uma interessante iniciativa do Clube Jundiaiense, que a leva a um novo tempo, a uma comemoração online. Vai ser neste domingo com uma live da chef de cozinha Sandra Romansini, que vai ensinar a fazer macarrão ao sugo, frango frito crocante e panna cotta – confira.

A história italiana por aqui nos leva ao final do século XIX, com a chegada dos imigrantes que vieram substituir a mão-de-obra escrava. Aqui essa buona gente fincou raízes eternas. Eles vieram para trabalhar na lavoura de café, mas foi com a uva que prosperaram. E essa ligação é tão grande que uma pessoa desavisada que passar pelo Traviú, por exemplo, pode achar que está em um vilarejo da Itália.

E se na Terra da Uva a grande festa para essa fruta é em janeiro, maio é reservado para comemorar a imigração. Por 32 anos foi realizada a Festa Italiana di Jundiaí, no bairro da Colônia, suspensa agora para evitar aglomerações. O mesmo vale para a Festa Italiana do Clube Jundiaiense, que desde 2007 é sempre uma folia nas cores branco, vermelho e verde e na base do macarrão. Para não quebrar essa linda história, foi que a diretoria de Paulo Lopes lançou a ideia da live com a italianíssima Romansini.

Em uma cidade grande que não perdeu as características do Interior, o pessoal do Clube vai levar seu associado e todo internauta interessado para dentro do Sítio Fontebasso, no Caxambu, neste domingão, de onde será feita a transmissão ao vivo da live. É uma das dezenas de pequenas propriedades e adegas de vinho que se espalham pelos bairros rurais e ajudam a manter vivas as tradições de nossos noninhos.

A Festa Italiana di Jundiaí surgiu em 1988 – ano em que se comemorou o centenário da imigração -, idealizada por Alfredo Paoletti e padre Giuseppe Bortolado, sendo inspirada nas festas que aconteciam com grande sucesso em São Paulo, a de San Genaro e a de Nossa Senhora de Archiropita.

Ainda sobre a ligação com nossas raízes, Jundiaí passou a oferecer aulas de italiano em boa parte das escolas municipais desde o ano passado, em parceria com o Consulado Italiano de São Paulo.

Você sabia?

A imigração italiana para o Brasil teve como marco de partida uma expedição comandada por um visionário chamado Pietro Tabachi. A primeira viagem começou no dia 3 de janeiro de 1874, no porto de Gênova, no Vapor “Sofia”, com 386 famílias que chegaram ao Brasil em 21 de fevereiro, que foi instituído como o Dia Nacional do Imigrante Italiano.

Aqui, os primeiros italianos se instalaram preferencialmente na região da Colônia, no Núcleo Barão de Jundiaí, implementado pelo então presidente da Província de São Paulo, Dr. Antônio de Queiroz Telles (Conde de Parnaíba). Isso foi em 1887, com 22 colonos – em poucos meses, esse contingente chegava a quase 100 pessoas.

O cotidiano não era nada fácil: chegavam ao Brasil apenas com as roupas do corpo e poucos bens, sendo que as passagens foram subsidiadas pelo governo brasileiro. Com trabalho, as famílias italianas foram criando seus próprios meios de subsistência, cultivando terras, criando seus filhos. Muitos grupos conseguiram comprar pequenos lotes, montaram armazéns, organizaram varias culturas, principalmente de milho, feijão, arroz, batata, legumes e frutas, especialmente uva.

“A Figueira”, árvore que existiu na região central da Colônia, foi considerada o maior símbolo deste núcleo colonial, e tornou-se lendária ao cumprir, nos primeiros tempos, a função de “alojamento” dos imigrantes. Segundo depoimentos, as famílias permaneciam sob a figueira protegidas por panos, lençóis e barracas, enquanto esperavam a liberação de seus lotes. Muitas casas foram construídas com madeira extraída dessa árvore.

E para matar a saudade, aqui fotos de 2013 a 2019 da Festa Italiana do Clube Jundiaiense:

 

 

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