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Jundiaqui

 502 ÓBITOS – Homens morrem mais pelo vírus em Jundiaí. Razão é mistério
11 de janeiro de 2021

502 ÓBITOS – Homens morrem mais pelo vírus em Jundiaí. Razão é mistério

São 58,36% de homens e 41,64% de mulheres, que lideram quando o assunto é contaminação

Em 11 de janeiro de 2020, a China confirmava a primeira morte pelo Sars-Cov-2, o novo coronavírus, que tinha ocorrido dois dias antes, em 9 de janeiro. Um ano depois ainda não se sabe nada além de se tratar de um homem de 61 anos, morador de Wuhan. Hoje beiram 2 milhões de vítimas fatais no mundo todo e uma dúvida que a ciência ainda não esclareceu é por que morrem mais homens do que mulheres pelo vírus?

E Jundiaí não foge à regra: elas aparecem como maioria entre contaminados, mas são “apenas” 41,64% do total dos óbitos. Já os homens são 58.36% dos falecimentos.

Dos 500 mortos de 3 de abril de 2020 para cá – primeira vítima na cidade, um homem de 72 anos que estava internado no Hospital Pitangueiras -, são 293 homens e 209 mulheres.

PELO MUNDO

Embora a falta de testes, de informações padronizadas e a preocupação com a subnotificação de mortes impeçam uma dimensão real sobre como o sexo está se saindo como um fator de risco para a Covid-19, informações coletadas até 2 de novembro pela plataforma Global Health 50/50, um banco de dados internacional voltado à igualdade de gênero na saúde, mostram que 57,2% que morreram pela Covid-19 na Itália eram do sexo masculino. No Equador, eles eram 66,4% e no México, 64%. E a pesquisa indicou países onde mais que o dobro de homens morreu em consequência da doença, como no caso do Peru, com 69,4% do total. Mesmo onde os dados de gênero e sexo são parciais, como no Brasil, a incidência de morte em razão do vírus era maior em homens – 57,8%.

“Eu diria que esse é o velho normal”, opina o demógrafo e pesquisador José Eustáquio Alves. “As mulheres sempre demonstraram uma maior taxa de sobrevivência a longo prazo. A Covid-19 só reforça isso”, acrescentou ele, que desde abril mantém um diário na internet sobre tendências e números da pandemia. Mas vale lembrar que, em média, no mundo, nascem cerca de 105 homens para cada 100 mulheres. O sexo feminino, no entanto, é mais propenso a completar o primeiro aniversário e os anos seguintes. Ou seja, morrem mais meninos do que meninas nos primeiros anos de vida. Não há uma razão clara para o fenômeno, segundo a OMS.

A partir do início da idade adulta, as mulheres começam a ser maioria na sociedade e passam a viver mais do que os homens em praticamente qualquer lugar do mundo. A expectativa de vida para elas é, em média, de seis a oito anos maior. Além disso, para cada homem com um século de vida, há quatro mulheres. E das pessoas que chegam aos 110 anos de idade, mais de 95% são do sexo feminino.

Os cientistas também constataram que as mulheres têm um sistema imunológico mais forte do que os homens, veem o mundo com maior variedade de cores e correm menos risco de desenvolver determinados tipos de câncer. E, caso tenham a doença, suas chances de responder positivamente ao tratamento são maiores. Outras evidências sugerem, ainda, que mulheres são mais resistentes a desenvolver doenças cardiovasculares, que são o principal fator de comorbidade dos óbitos para o vírus aqui e no mundo em geral.

Estudos mostram também que os homens foram desproporcionalmente afetados tanto na Gripe Espanhola de 1918 quanto no surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), em 2003.

Sharon Maolem, o geneticista que previu o fenômeno Sars-Cov-2 em janeiro de 2020, autor do livro “The Better Half: On the Genetic Superiority of Women” (A melhor metade: sobre a superioridade genética das mulheres), lembra que elas, normalmente, vão com mais regularidade ao médico, fumam menos e lavam as mãos com mais frequência. Em contrataste, os homens tratam menos das comorbidades crônicas, têm um comportamento mais arriscado e são menos caprichosos. Observando assim, a conduta, de fato, torna o homem mais propenso a desenvolver uma síndrome respiratória. E a morrer mais cedo.

CROMOSSOMOS X

Para compreender a diferença biológica entre homens e mulheres é preciso considerar que o DNA humano é um conjunto de instruções genéticas, situado no núcleo celular e cercado por 46 cromossomos. Esses cromossomos são organizados em 22 pares que recombinam tanto o DNA do pai quanto o da mãe. Eles compartilham 99% da disposição genética hereditária, mas com milhares de pequenas diferenças que explicam a variação entre as características das pessoas.

Há ainda o par 23, dos cromossomos sexuais. Na maioria das circunstâncias, a fêmea humana tem dois cromossomos X — um do pai e outro, da mãe. Já o homem tem apenas um cromossomo X, herdado da mãe, emparelhado com um cromossomo Y, de seu pai. O cromossomo X é estruturalmente maior e mais complexo do que o cromossomo Y. O primeiro é dotado de aproximadamente 1.150 genes, longas sequências do DNA que produzem proteínas essenciais ao funcionamento das células. O cromossomo Y, por sua vez, tem entre 60 e 70 genes. Significa que os cromossomos sexuais masculinos têm praticamente a metade da diversidade genética das mulheres, com seus dois X.

Essa população genética em dobro poderia permitir que as mulheres produzissem duas vezes mais proteínas relacionadas a esses genes do que os homens. Mas não é o que acontece. Para o ciclo da vida, as células femininas selecionam apenas um cromossomo X. O segundo é aleatoriamente desligado ou desativado, embora muitos pesquisadores entendam que a “fuga de inativação do X” é suficiente para fazer uma diferença biológica — inclusive porque parte desses genes está relacionado à resposta imunológica. Ou seja, é como se o cromossomo inativo atuasse como uma espécie de backup: uma cópia de segurança, com centenas de genes à disposição do organismo para enfrentar situações estressantes como o câncer, a fome ou a infecção por um vírus mortal.

Fontes: BBC News Brasil e UOL

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