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Jundiaqui

 Tomados pelo vírus do consumo
1 de junho de 2020

Tomados pelo vírus do consumo

Jundiaí, Centro, 1º de junho de 2020, meio-dia. Reabertura do comércio de rua

Edu Cerioni

 

A segunda-feira, dia 1º de junho, mês em que se prevê o pico de casos de contaminação do novo cornavírus na cidade, foi de muita correria às lojas do Centro, reabertas após decreto de flexibilização assinado pelo prefeito Luiz Fernando Machado. “O povo tá com o vírus do consumo”, brincou um manobrista de estacionamento. “Parece que chegou o Dia das Mães”, completou, antes de correr atender outro motorista. Ele estava animado com o faturamento.

A partir das 10 horas o trânsito já estava lento, carros com placas daqui e de diferentes cidades invadiram as ruas Rosário, Barão de Jundiaí e proximidades. Calçadas cheias desde crianças e idosos, muitas mães com bebês no colo resolveram sair de casa. Guardas municipais e policiais militares circularam de máscara, assim como a maioria das pessoas, mas nem todos.

Os bancos da praça da Matriz e Ruy Barbosa serviram para as refeições, com alguns de marmitex na mão e outros em grupo como se fizessem pick-nick, com coxinha de queijo e outros salgados.

Uns contaram que foram atrás de fazer compras mesmo, “porque o friozinho chegou”, teve quem foi fazer o pagamento de carnê para já abrir um novo crediário. E muitos, muitos estavam apenas especulando preço pelo simples prazer de mudar a rotina de quarentena estabelecida em Jundiaí e municípios vizinhos nos últimos dois meses. O comércio do Centro é a novidade da vez, já que shoppings ainda não estão funcionando, embora permitidos – devem abrir a partir de quarta (3).

A primeira da fila na porta das Casas Pernambucanas, uma senhora de mais de 60 anos, parou ali, depois de dar “umas voltas”, antes das 10h. Só pôde entrar ao meio-dia. Tinha dezenas de pessoas atrás dela no Calçadão enfileirados em frente ao Solar do Barão. Filas se repetiam diante de Casas Bahia, Lojas Cem, Maravilhas do Lar, Vivo e outras.

As filas de uma loja iam para a frente da outra e não se podia dizer quem estava errado ao não fazer as marcações de distanciamento no chão que foram exigidas pelo decreto de LFM. Teve fila de loja e banco se confundido.

Na Tora Tora, o público lá dentro era limitado a 50, 20% de sua capacidade de 250 pessoas, e lá fora a reportagem contou 43 adultos na fila que ia até o Santander, além de crianças. Aguardavam ansiosos por uma senha e o álcool em gel nas mãos para colocá-las em roupas novas.

Pelo menos dois comércios colocaram funcionários para aferir a temperatura dos clientes na entrada, sendo que ambas até 13h não tinham impedido a entrada de ninguém, segundo os ‘porteiros’.

O que se viu também foram diversos comércios com vendedores recolocando produtos nas vitrines, como em óticas, outros de porta semi-aberta ou completamente fechados ainda – talvez se organizando para atender as exigências legais dessa flexibilização antes de fazer uma reabertura precipitada. Não faltaram avisos escritos a mão em folhas de sulfite, fitas amarelas e pretas ou mesmo fitas durex para limitar espaços de entrada.

Também algumas portas fechadas apresentavam placas de aluga-se que não eram vistas antes da pandemia da Covid-19.

Pelo menos dois pontos estavam fechados e não vão reabrir, ambos de história mais que centenária, o Restaurante Dadá e a Sapataria Central, que encerraram suas atividades.

Veja mais fotos exclusivas do JundiAqui: 

Fotos: Edu Cerioni

 

 

 

 

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