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 Jundiahy: 155 anos de cidade imperial
29 de março de 2020

Jundiahy: 155 anos de cidade imperial

Por José Arnaldo de Oliveira

Quase não existem cidades brasileiras que possam apontar sua história para o século XVI, aberto com o início da conquista (ou invasão) portuguesa em 1500. Foram somente 12 vilas coloniais e três cidades criadas oficialmente por Portugal naquele século.

Quando Jundiahy foi registrada como vila, em 1655/1656, esse número ainda estava abaixo de 30 – pouco acima de 0,5% dos municípios atuais do país. Mesmo trezentos anos depois daquela conquista das terras indígenas, no ano da Independência de 1822, ainda existiam oficialmente apenas 112 “vilas” e 12 “cidades” no novo país – ou 2% do número atual.

Isso se explica porque a colonização foi durante séculos feita no litoral – as capitais em Salvador e, depois, no Rio de Janeiro. Em estudo publicado por Aroldo de Azevedo na revista do Congresso Brasileiro de Geografia, em 1994, ele coloca a vila como parte do que eram chamadas as “bocas do sertão” incluindo nesse grupo outras como Itu, Guaratinguetá, Curitiba e até a amazônica Cametá.

No caso em foco, parte do interior paulista era o chamado Mato Grosso de Jundiahy, como gostava de lembrar o saudoso diretor do museu local, Geraldo Tomanik.

Em 28 de março de 1865, o regime imperial elevou a categoria para cidade em um momento de grandes fazendas cafeeiras e preparação para a chegada da ferrovia, em um país ainda escravista.

Talvez pelo fato da maioria das outras cidades brasileiras serem mais novas (incluindo boa parte dos municípios vizinhos), a mitologia popular local se abastece no final dos anos oitocentos com essa referência e a posterior chegada dos imigrantes italianos.

Mas a essa riqueza precisamos acrescentar em nossa imaginação coletiva bem mais de 250 anos anteriores – e outros personagens, incluindo os povos nativos, o que não é pouca coisa. Mesmo com poucos remanescentes. Do concreto precisamos também voltar aos tijolos, e destes para a taipa e até para a palha. E ouvir até os sotaques indígenas de palavras como Jundiahy ou Japi.

Viva Jundiaí.

José Arnaldo de Oliveira é jornalista do site www.jundiahy.com.br

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