
Museu de Jundiaí, um sessentão!
O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí completa 60 anos de fundação nesta sexta-feira. Foi criado pela lei municipal nº 406, em 10 de junho de 1955, como forma de preservar e democratizar a história e a cultura do município, mas sua efetivação e, com direito a trazer o governador na inauguração, realizou-se muito depois, em 28 de março de 1965.
Isso foi durante a gestão do prefeito Pedro Fávaro e seu primeiro diretor foi o padre Antônio Tolloi Maria Stafuzza – na foto abaixo ao lado do então governador de São Paulo Adhemar de Barros. A primeira sede é que você vê na foto do alto, quando ocupou um salão dentro do Parque Comendador Antonio Carbonari (Parque da Uva).
O museu rodou bastante até se fixar a partir de 1982 no casarão chamado de Solar do Barão, na rua Barão de Jundiaí, 762, Centro, inclusive ficando abandonado e sendo fechado.
Um trabalho de conclusão de curso de 2009 que se vê na internet, autoria de Wagner Pereira dos Santos e com orientação do professor Valter de Oliveira, para o curso de História da Faculdade Campo Limpo Paulista, traz muitos detalhes sobre o museu e os personagens marcantes de sua trajetória inicial.
Sobre Stafuzza dá conta de que em 1959 foi incardinado pelo Dom Cardeal Rossi para a Paróquia
Barreira em Jundiaí e que era pessoa extremamente sensível, muito culta, pesquisador e fundador de museus. Conhecedor da lei de 1955 e que não saia do papel, em 1961 se ofereceu ao prefeito Omair Zomignani para tornar a frente de um projeto na cidade, mas sua tentativa falhou. Já em 1964, quando Fávaro (foto abaixo) assumiu a administração, o padre voltou com a ideia do nosso museu e esta foi abraçada.
Dessa forma, saiu a portaria de 15 de maio de 1964 e imediatamente o padre entrou em campo, reunindo dados, calculando possibilidades, pesquisando materiais, fichando o nome de especialistas e amadores para criar o Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, que ficou sob sua
responsabilidade.
De início sua sede foi o Parque Comendador Antonio Carbonari, mas lamentavelmente logo acabou abandonado, sendo chamado à época de “museu encaixotado”, até ser fechado pelo prefeito Walmor Barbosa em 1967.
Foi o próprio padre Stafuzza quem tomou medidas para denunciar a situação e conseguiu sua reabertura em 1971, com o próprio Walmor na Prefeitura, mas só com parte do material e agora ocupando o antigo posto de saúde na Praça dos Andradas e com direção de Geraldo Barbosa Tomanik.
Foi uma passagem rápida novamente. Porque em 1º de setembro de 1973, o prefeito Íbis Mauro da Cruz inaugurou o museu em prédio da rua Rangel Pestana, 372, onde funcionava o centro de abastecimento da Fepasa. Já em 1979, foi parar onde funcionou a Escola Siqueira de Moraes, dividindo o espaço com a biblioteca municipal – onde hoje é a pinacoteca.
Enfim, no dia 25 de março de 1982, após a reforma do Solar, novamente em gestão de Pedro Fávaro, foi aberto ao público e ali permanece até hoje. O museu já teve como diretores também Paulo Alfredo Moraes Leite, Henrique Jahnel Crispim, Paulo Vicentini e desde o começo deste ano está sob o comando de Maurício Ferreira.
Vale lembrar que o casarão é da virada dos séculos 18 para 19 e o nome homenageia Antônio de Queiroz Telles, o barão de Jundiaí. Conta com salas para exposições, onde alternam-se mostras temporárias – na foto abaixo a exposição sobre o holocausto – e o acervo permanente, além de salão-auditório e um lindo jardim.
Fotos: Arquivo PMJ