
Adeus ao bruxo da MPB
A música popular brasileira perdeu o talento do multi-instrumentista Hermeto Paschoal.
Esse ícone da criatividade sonora morreu morre aos 89 anos neste sábado (13).
O alagoano que vivia no Rio de Janeiro deixou um legado marcante em 75 anos de carreira. Brilhou em gêneros como jazz, samba e forró.
Hermeto se apresentou duas vezes nos últimos 11 anos em Jundiaí: em 2014 e em 2017, ambas trazidas pelo Sesc.
Da primeira vez foi no Jardim Botânico, dentro do Circuito Sesc de Artes e antes da inauguração da unidade de Jundiaí. Da segunda vez, balançou o ginásio do Sesc.
Naquele agosto de 2017, com cobertura do JundiAqui, incontáveis fãs comprovaram que ele era como o vinho, quanto mais velho, melhor. Melhor, mais alucinado e cativante.
A passagem de Hermeto Pascoal deixou marcas em todos. Nas crianças que tiveram uma aula mágica junto a um bruxo de barbas brancas e cheio de invenções sonoras, foi uma espécie de libertação.
Para os músicos que fizeram uma oficina junto a esse mestre da improvisação, ficou a certeza de que se pode tudo quando se tem criatividade.
E, no final, veio o presente ao público, que se deliciou em seu show, no qual tocou berrante e outros instrumentos comuns ou nem tanto, entre um gole e outro e vinho e uma e outra história contada para ilustrar suas músicas. Uma sintonia fina!
O recado da família: quem desejar homenageá-lo, deixe soar uma nota no instrumento, na voz, na chaleira e ofereça ao universo.
Hermeto nasceu em 22 de junho de 1936 em Olho d’Água, povoado na região de Arapiraca. Nasceu improvisador e ganhou o mundo com sua obra, que é ao mesmo tempo erudita e popular, experimental e enraizada nas tradições brasileiras.
Ele definia seu estilo como “música universal”, explicando que “a minha mente não para. Ela chega e vai rodando como nosso planeta. Nada de decorar as coisas. Só criar na hora, como a própria natureza”, afirmou em entrevista ao G1, em 2023.
Venceu o prêmio Grammy Latino três vezes.