Dentista abriu seu consultório na cidade em 1964 e deu adeus aos 82 anos

Edu Cerioni

Foi a partir dos anos 60 que a odontologia deu uma guinada considerável e começou a sepultar a ideia de que qualquer dor deveria ser tratada com a extração do dente. Foi nesta época que Irineu Consentino Müller se formou na Puccamp e abriu seu consultório na avenida Jundiaí, onde atuou até os últimos dias de vida, apoiado em uma muleta companheira. Dr. Irineu morreu nesta segunda-feira (26), aos 82 anos.

Um dos fundadores da Cojun, Dr. Irineu soube acompanhar as mudanças na profissão e se orgulhava de ver os dois filhos seguindo a carreira de cirurgiões dentistas, Aléxia, com quem dividiu o consultório por muitos anos, e Fábio. Os pacientes vão sentir saudade das mãos precisas e também do papo repleto de boas lembranças.

Irineu falava sem pressa e de um jeito que a roda de conversa sempre ia aumentando. Afinal, era dono de um vasto repertório sobre Jundiaí e sua gente. Dono de uma memória invejável, dividia com todos as mais diferentes situações vividas ao longo dos anos ou histórias ouvidas, que de sua boca sempre provocavam reações, como de surpresa ou até espanto. Ligava um sobrenome a outro, puxava lá de longe um capítulo especial sobre este ou aquele antigo morador da Vila Arens, especialmente, e assim o tempo corria…

Irineu era casado com dona Iara e deixa, além dos filhos, também quatro netos. Morava no Vianelo e já veterano se descobriu um admirador do Carnaval, se tornando figura ilustre em festas dos blocos Chupa que é de Uva e Refogado do Sandi – naquela mesa vai faltar ele na folia que o ano quem vem promete trazer de volta.

O dentista tinha um carinho especial pelo Paulista Futebol Clube e muitos amigos no Clube Jundiaiense, no qual se deliciava com as feijoadas com samba.

Quem como eu conviveu com ele, já sente saudade!