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 E nas Igrejas nem um sino a badalar
20 de março de 2020

E nas Igrejas nem um sino a badalar

Por Guaraci Alvarenga

Raul Seixas tinha um estilo musical que era chamado de “contestador/místico.” Mas por que falar do Raul Seixas que perdemos? Quando nos deparamos com a crise mundial provocada pelo novo coronavírus, com efeitos desastrosos para a economia brasileira, surpreende-nos a letra de uma das composições deste grande artista datada da década 70, em parceria com Claudio Roberto Andrade de Azeredo, chamada “O Dia em que a Terra Parou”.

Vejamos:

Foi assim/No dia em que todas as pessoas/Do planeta inteiro/Resolveram que ninguém ia sair de casa/Como que se fosse combinado em todo o planeta/Naquele dia, ninguém saiu de casa

Hoje vivemos restrição a toda aglomeração de pessoas e estão proibidos contatos pessoais com as mãos. Principalmente é exigido aos idosos o isolamento domiciliar. Como se fosse combinado em todo mundo…

O empregado não saiu pro seu trabalho/Pois sabia que o patrão também não estava lá/Dona de casa não saiu pra comprar pão/Pois sabia que o padeiro também não estava lá

Pobre do humilde trabalhador que utiliza do transporte publico, onde a aglomeração de pessoas é fato inevitável.

E o guarda não saiu para prender/Pois sabia que o ladrão, também não estava lá/E o ladrão não saiu para roubar/Pois sabia que não ia ter onde gastar

Há restrição de visitas, isolamento de presos com suspeita da doença e medidas mais rígidas de higiene. Entretanto, o que estamos assistindo é a fuga de muitos presos e outra rebeliões em penitenciárias devido ao temor  que o vírus pode causar.

E nas Igrejas nem um sino a badalar/Pois sabiam que os fiéis também não estavam lá/E os fiéis não saíram pra rezar/Pois sabiam que o padre também não estava lá

O Papa proibiu que beijassem sua mão, as procissões estão proibidas e há restrição do número de pessoas aos cultos religiosos, mas acreditem: estão vendendo gel álcool ungido e tentando fazer “cultos para a imunização.”

E o aluno não saiu para estudar/Pois sabia que o professor também não estava lá/E o professor não saiu pra lecionar/Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

Há de se perguntar: como fica a merenda escolar para as crianças mais pobres?

O comandante não saiu para o quartel/Pois sabia que o soldado também não estava lá/E o soldado não saiu pra ir pra guerra/Pois sabia que o inimigo também não estava lá

O Exército brasileiro segue os protocolos do Ministério da Saúde.

E o paciente não saiu pra se tratar/Pois sabia que o doutor também não estava lá/E o doutor não saiu pra medicar/Pois sabia que não tinha mais doença para curar

A grande preocupação é que o Sistema Único de Saúde (SUS) não suporte a demanda de pacientes. O major Olímpio deu uma boa ideia aos presidentes do legislativo Rodrigo Maia e Alcolumbre: que destinem parte da verba do fundo eleitoral, dois bilhões de reais, em socorro aos Estados mais necessitados. Afinal o dinheiro é do povo a ao povo deve servir.

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador…

Deus nos há de amparar e nos iluminar diante de tantas adversidades.

Guaraci Alvarenga é advogado / Foto: Cleber de Almeida

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