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Jundiaqui

 Juventude: O presente e o futuro da Igreja e da humanidade
19 de julho de 2018

Juventude: O presente e o futuro da Igreja e da humanidade

Pelo Bispo Dom Vicente Costa

“Jesus fitou o jovem rico com amor” (cf. Mc 10,21).

Prezados Irmãos e Irmãs da Igreja de Deus que se faz presente na Diocese de Jundiaí:

Quando o Papa Bento XVI encontrou-se com os jovens no dia 10 de maio de 2007, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, ele afirmou: “Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada”.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo atualmente conta com uma população de 1bilhão e 800 milhões de pessoas na faixa etária dos 10 aos 24 anos, isto é, ¼ da humanidade. Trata-se de uma enorme cifra que representa uma grande esperança para a humanidade. No país, cerca de 25% da população brasileira é formada por jovens, o que totaliza cerca de 50 milhões de pessoas.

Todavia, é importante salientar também a séria preocupação que essa faixa etária representa: no mundo, cerca de 515 milhões de jovens vivem na condição de pobreza extrema. Isso significa carência de alimentação, falta de educação regular, falta de condições de habitação e fragilidade de saúde. Mais ainda: cerca de 60% da população jovem mundial está sem trabalho.

Também é preocupante o alto índice de criminalidade infanto-juvenil na população mundial, sobretudo, nos países mais pobres e em via de desenvolvimento. Grande parte dos jovens enfrenta a questão da fragilidade do sentido da vida: o alcoolismo, o vício das drogas, a banalização da sexualidade, o vazio existencial, a solidão e o suicídio.

No que diz respeito ao Brasil, a maioria da população carcerária, por exemplo, é constituída por jovens semianalfabetos e negros. É ainda mais preocupante a totalidade dos que são assassinados.

No campo das ideologias, também eles são os primeiros alvos. Nas universidades há muitas correntes de pensamentos de matriz materialista, que forjam a todo custo a promoção do ateísmo e a negação dos princípios morais cristãos.

Mas, quem são os jovens? Importante levar em consideração a pluralidade dos contextos em que vivem, pois a sua sensibilidade em relação aos valores, estilo de vida, aspirações, problemas e mentalidade depende muito desses contextos. Porém, independentemente da diversidade dessas realidades, há algo em comum no mundo juvenil: eles são portadores de novas sensibilidades, percepção diferente do mundo e trazem muitas aspirações saudáveis. Trazem em seus corações um grande desejo de paz, de justiça, de tolerância, valorizam a família e, em geral, estão abertos a Deus. São portadores de enormes possibilidades positivas, tais como: a abertura ao novo, a capacidade de dialogar com o diferente, a acolhida aos novos desafios, o entusiasmo, a capacidade de enfrentamento de novas experiências, a flexibilidade, a esperança!

Queridos irmãos diocesanos: é preciso que os governos e a Igreja deem a máxima atenção aos jovens. Somos chamados então, a dar-lhes espaços para que sejam protagonistas na sociedade e na Igreja. Se quisermos que isto aconteça, devemos acolhê-los e valorizá-los com bondade, ternura e paciência.

Da sua parte, a Igreja tem sempre tentado colocá-los no centro de sua atenção e de sua ação evangelizadora. Só para lembrar alguns passos decisivos nesta direção, basta citar, em âmbito mundial: as várias Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), evento este instituído por São João Paulo II em 20/12/1985 e que são realizadas geralmente a cada três anos, reunindo milhões de jovens de 15todo o mundo; a opção preferencial pelos jovens feita pela 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, na cidade de Puebla – México (27/01 a 13/02 de 1979). Já em âmbito nacional: as duas Campanhas da Fraternidade, com o mesmo tema: “Fraternidade e Juventude”, sendo a de 1992, com o lema: “Juventude – Caminho aberto”, e a de 2013, com o lema: “Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8)”; a publicação do subsídio Evangelização da Juventude. Desafios e perspectivas pastorais(Documento da CNBB, n. 85), oficializando a criação do Setor Diocesano da Juventude com o objetivo de articular, fortalecer e dinamizar a evangelização da juventude, a partir das forças presentes na Diocese. E em âmbito diocesano, como não lembrar os inúmeros grupos de jovens das nossas Paróquias e Comunidades; e a partir da criação do Setor Diocesano da Juventude, em julho de 2004, por meu antecessor, Dom Gil Antônio Moreira, a celebração da Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) e do Dia Nacional da Juventude (DNJ).

Neste ano, a 6ª JDJ, com o tema: “Não temas Maria, encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,30) aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Bairro Vila Hortolândia, em Jundiaí, nos dias 6 a 8 de julho. Já a DNJ, com o tema: “Juventude construindo uma cultura de paz”, e o lema: “Eu vos disse estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições. Mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33) será realizada na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Campo Limpo Paulista, no dia 30 de setembro. Queridos jovens diocesanos: participem destes dois eventos!

Neste ano e no início do próximo, a Igreja Católica realiza dois encontros muito importantes dedicados à juventude. De 3 a 28 de outubro acontecerá a 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Já a 34ª Jornada Mundial da Juventude realizar-se-á no Panamá, nos dias 22 a 27 de janeiro de 2019, com o tema: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).

Dada a proximidade do Sínodo sobre os jovens, gostaria de aprofundar alguns aspectos do Documento Preparatório ao Sínodo, que a partir de um questionário online, reuniu mais de 100 mil respostas jovens, alguns até de nossa Diocese. Penso que estes aspectos vão ser retomados no decorrer deste encontro tão importante para a Igreja. O Documento Preparatório convida à reflexão sobre um tema bem específico: é necessário educar os jovens à fé, para que possam discernir a própria vocação. Só a partir de uma experiência íntima com Jesus Cristo é que se pode pensar em vocação como chamado de Deus, seja vocação ao matrimônio, ao ministério ordenado ou à vida consagrada. Portanto, é preciso acompanhá-los no processo de evangelização, aprofundando a dimensão vocacional como chamado à felicidade que acolhe a vida humana como dom de Deus e pede uma resposta humana integral e generosa. Neste sentido, o acompanhamento espiritual e pedagógico é uma experiência de fundamental importância para o amadurecimento integral dos jovens.

Termino com as palavras conclusivas da Oração do Papa Francisco pelos jovens, em vista do próximo Sínodo dos Bispos: “Como o Discípulo amado, também eles (os jovens) permaneçam ao pé da Cruz para acolher a tua Mãe, recebendo-a como um dom de ti. Sejam testemunhas da tua Ressurreição e saibam reconhecer-te vivo ao lado deles anunciando com alegria que Tu és o Senhor”.

A todos abençoo, particularmente os jovens e todos aqueles que, de uma maneira ou outra, evangelizam os nossos jovens, para que eles sejam capazes de realizar o próprio projeto de vida e alcançar a verdadeira felicidade.

Dom Vicente Costa é Bispo Diocesano de Jundiaí

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